Em carta aberta divulgada nesta quinta-feira (27), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, se comprometeu, caso eleito, a governar de forma que combine responsabilidade fiscal e políticas sociais.
Intitulado “Carta para o Brasil do Amanhã”, o documento foi obtido inicialmente pelo jornal “O Globo”. A carta tem nove páginas e 13 eixos temáticos, entre os quais: “democracia e liberdade“, “desenvolvimento econômico com investimentos“, “desenvolvimento sustentável e transição ecológica“, “reindustrialização do Brasil” e “agricultura sustentável“.
“É possível combinar responsabilidade fiscal, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, e é isso que vamos fazer, seguindo as tendências das principais economias do mundo”, diz a carta.
Segundo o presidente, “a política fiscal responsável deve seguir regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com o enfrentamento da emergência social que vivemos e com a necessidade de reativar o investimento público e privado para arrancar o país da estagnação”.
O movimento no sentido econômico era aguardado pelo mercado, como analisa Idean Alves, chefe da mesa de operações da Ação Brasil: “O mercado olha com bons olhos, pois havia um hiato sobre qual seria a postura, e a plataforma da diretriz econômica que ele adotaria, então esse comunicado de certa forma tranquiliza os investidores”, aponta.
Para Alves, o posicionamento dos candidatos em prol da responsabilidade fiscal era a sinalização que o mercado precisava para ficar mais confiante.
Ainda segundo o analista, a formalização de compromisso ajuda a animar os investidores que podem aguardar uma postura mais focada no desenvolvimento econômico, sem aumentar o endividamento do Estado de forma drástica.
O que diz a carta aberta de Lula
Na carta aberta, Lula afirma que a disputa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), atual presidente e candidato à reeleição, representa uma escolha entre dois caminhos totalmente distintos para o país.
“Um é o país do ódio, da mentira, da intolerância, do desemprego, dos salários baixos, da fome, das armas e das mortes, da insensibilidade, do machismo, do racismo, da homofobia, da destruição da Amazônia e do meio ambiente, do isolamento internacional, da estagnação econômica, do apreço à ditadura e aos torturadores. Um Brasil de medo e insegurança com Bolsonaro”, escreveu o ex-presidente.
“Temos consciência da nossa responsabilidade histórica e, junto com amplas forças que apoiam a democracia brasileira, a partir de um permanente processo de diálogo e escuta da sociedade, apresentamos nossas principais propostas para a reconstrução do país”, completou Lula.