Empresas que prestavam serviços à Petrobras (PETR3;PETR4) e que foram impedidas, desde 2014, de fechar novos contratos com a estatal por envolvimento em casos de corrupção investigados pela Lava-Jato estão voltando a se relacionar de forma comercial com a petroleira. No entanto, nem todas conseguiram fechar contratos de bens e serviços até o momento, segundo informações do jornal “Valor Econômico”.
A SBM, com sede na Holanda, tem contrato com a Petrobras para entregar até 2023 uma plataforma para o campo de Mero, na Bacia de Santos. Na Lava-Jato, a empresa foi acusada de mal feitos pelo Ministério Público Federal (MPF) e teve que fazer acordo de leniência, que funciona como uma delação premiada para pessoas jurídicas que admitem irregularidades com o governo, com o poder público.
A brasileira Camargo Corrêa também foi readmitida, em 2020, aos fornecedores aptos a negociar com a Petrobras, mas ainda não assinou novos contratos.
Já a Nova Participações, ex-Engevix, retornou à base de fornecedores da estatal, mas ainda é considerada de risco elevado, classificação que impede o fechamento de contratos com a Petrobras. Segundo o “Valor”, a companhia pediu à estatal recentemente que reavaliasse o grau de risco.
Desde 2015, a Petrobras atribui um grau de risco (GRI) às empresas com as quais tem relação comercial. As companhias de GRI baixo e médio estão aptas a participar das concorrências para fechar contratos com a petroleira.
Ainda assim, uma parte das companhias liberadas, pela Petrobras, para contratações não fechou novos negócios como resultado da redução dos investimentos da estatal em grandes projetos de infraestrutura, dizem fontes da área de construção.
Há, além disso, 76 companhias na lista da Petrobras que estão suspensas das licitações ou em bloqueio cautelar. Porém, nem todos os casos têm relação com a Lava-Jato. Do número total de bloqueios, 62 correspondem a decisões tomadas a partir de 2021, ano em que foi encerrada a força-tarefa que investigou os casos de corrupção.
Já entre as companhias ainda bloqueadas pela Petrobras e que estiveram envolvidas na Lava-Jato, estão a Odebrecht Ambiental e a Base Engenharia, antiga Schahin.
Por volta das 12h40 (horário de Brasília) desta quinta-feira (20), os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) operavam em alta de 1,76% e 2,17%, respectivamente.