Copel (CPLE6) compra complexos eólicos por R$ 1,8 bilhão

Do total, R$ 965 milhões referem-se ao equity e poderão ser pagos via captação ou com recursos próprios da Copel

Buscando diversificar o portfólio em fontes de energia renovável não hídricas, a Copel (CPLE6) comprou os complexos eólicos Aventura e Santa Rosa & Mundo Novo, da EDP Renováveis, por R$ 1,8 bilhão. 

Ao todo, são nove parques eólicos em operação, nos municípios de Touros e São Tomé, no Rio Grande do Norte, com 260,4 megawatts (MW) de capacidade instalada. Do total, R$ 965 milhões referem-se ao equity e poderão ser pagos via captação ou com recursos próprios da Copel. 

O restante será completado com financiamentos de longo prazo com vencimentos até 2043 contratados junto ao Banco do Nordeste (BNB) com taxas de IPCA + 2,19% a.a. para o Complexo Aventura e IPCA + 1,98% a.a. para o Santa Rosa & Mundo Novo.

Cerca de 76,5% de energia gerada foi contratada em leilões no ambiente regulado (ACR), outra parcela de 13,7% da energia é comercializada no mercado livre. Restam ainda 9,8% para novos contratos.

Com a aquisição, a estatal paranaense totaliza um parque gerador de 6,7 GW de capacidade instalada, entre usinas hidrelétricas, térmicas, eólicas e solares. A operação será realizada pela Copel GeT, subsidiária da companhia.

Presidente da companhia, Daniel Slaviero destacou a estratégica localização dos parques e a importância de aquisição de um ativo operacional para os negócios. Com a aquisição, segundo ele, a empresa consolida a presença no Rio Grande do Norte e aumenta a capacidade de geração eólica em 28%, chegando a 1,2 GW.

“A aquisição atinge um objetivo estratégico, que é recompor o Ebitda com a venda da Copel Telecom para focar no negócio de energia. O maior plano de investimentos é na Copel Distribuição, mas a companhia tem musculatura para fazer estas aquisições na parte de geração (…) e traz o que mais importa, que é um retorno de dois dígitos”, explicou Slaviero, segundo o “Valor”. 

Copel se desfaz de negócios para focar em objetivo

Com o plano de concentrar esforços no negócio central da companhia – geração, distribuição, transmissão e comercialização de energia elétrica – a empresa vem se desfazendo de negócios em telecomunicações. 

O próximo desinvestimento será a venda de 51% da Compagás, distribuidora de gás canalizado do Paraná. A Copel tem previsão de vender também o controle da hidrelétrica Foz do Areia, no último trimestre de 2023. Essa é uma exigência para que a concessão seja renovada e não vá a leilão.