Política

Arminio Fraga, ex-presidente do BC, declara apoio a Lula

Fraga considera a margem de 6 milhões de votos entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno insuficiente para decidir eleição

Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central na era Fernando Henrique Cardoso e sócio da Gávea Investimentos, informou nesta terça-feira (4) que desistiu de anular seu voto – como havia feito em 2018 – e irá apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, segundo apurou o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Fraga ainda considera a margem de 6 milhões de votos entre Lula e Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno ainda insuficiente para decidir a eleição.

“Vou declarar apoio a Lula. Pensei em anular para indicar pouca confiança nos dois finalistas, pensando nas oportunidades desperdiçadas pelo PT no poder. Não vejo uma margem suficiente e, como já disse, os riscos aumentaram”, disse o ex-presidente do BC.

Ainda, em entrevista ao Estadão/Broadcast, Armínio avaliou como “muito otimista” a reação do mercado na última segunda-feira (3), com a disparada das ações de estatais depois da eleição de um Congresso conservador e o desempenho de Bolsonaro nas urnas melhor do que mostravam as pesquisas eleitorais.

Fraga também se mostrou preocupado com a indefinição do cenário eleitoral polarizado entre os dois candidatos e chamou a atenção para a governabilidade na eventual vitória de Lula. “Tenho sido muito crítico do atual governo. Com mais poder no Congresso, minhas preocupações aumentaram ainda mais. E em caso de uma vitória de Lula, vai ser difícil governar.”

O economista também se disse incomodado com a ausência de um debate de propostas concretas entre os candidatos. Na quinta-feira que antecedeu as eleições, um debate na TV Globo reuniu sete presidenciáveis. “Faz falta aprofundar os debates sobre temas políticos, sociais e econômicos. Sobre tudo, na verdade”, disse Armínio. 

Questionado sobre qual o tema considera com potencial para se transformar num divisor de águas para eleitores ainda indecisos, ele responde com a defesa de manutenção do estado democrático. “Para o eleitorado, confesso que não sei. Para mim, a garantia de que a qualidade da nossa democracia não será prejudicada”, finalizou Arminio Fraga.