Política

Para Legacy Capital, gap educacional explica diferenças nas pesquisas

Segundo a Legacy, as pesquisas tendem a superestimar os votos dos menos escolarizados

A Legacy Capital, por meio de seu perfil no Linkedin, afirmou que as diferenças nas pesquisas eleitorais podem ser explicadas pelo gap educacional. De acordo com a empresa, quanto maior for a escolaridade média do eleitorado do candidato, mais as pesquisas tendem a subestimar seu resultado nas urnas. Inversamente, candidatos cujo eleitorado tem escolaridade média menor tendem a ter sua intenção de votos superestimada. 

Segundo a Legacy, essa diferença negativa é mais visível em eleições polarizadas, nas quais os candidatos de direita e esquerda atingem diferentes perfis de eleitores.

A empresa crê que esse fenômeno está relacionado com a distribuição das taxas de abstenção entre os diferentes níveis de escolaridade. Eleitores que se declaram graduados até o ensino fundamental acabam registrando uma abstenção em maior proporção do que os de escolaridade mais elevada. Uma explicação plausível, segundo a Legacy, é o maior custo de transporte ao local da votação.

“A relação estimada entre o gap educacional e o erro das pesquisas em relação ao resultado da urna,  a partir dos resultados, por estado, das últimas 4 eleições presidenciais, sugere que o candidato Lula pode estar com sua intenção de voto superestimada em cerca de 8 pp. A mesma relação sugere que a votação do candidato Bolsonaro pode estar subestimada em 6 pp.”, informou a gestora.

“Se esta relação média for respeitada, portanto, a tendência é que se observe um resultado substancialmente distinto do que o sugerido hoje por pesquisas de opinião que, a exemplo do IPEC, sugerem estar o candidato Lula em significativa vantagem”, disse, em nota.

Há duas semanas, a Legacy Capital acreditava que as pesquisas eleitorais estavam superestimando a votação em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 8 p.p e subestimando Jair Bolsonaro (PL) em 6 p.p..

Lula e Bolsonaro estão no 2º turno

Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno das eleições de 2022. No domingo (2), ambos confirmaram a polarização que se desenhava desde a pré-campanha. Nos votos válidos, quando são excluídos brancos e nulos, o petista teve 48,09%, enquanto o atual presidente levou 43% dos votos. 

O segundo turno das eleições está marcado para 30 de outubro, quando os eleitores voltam às urnas para decidir o próximo presidente da República. Bolsonaro tenta a reeleição, enquanto que Lula busca o terceiro mandato. 

As principais pesquisas apontavam a possibilidade de vitória petista já no domingo. Números do Ipec (ex-Ibope) e do Datafolha divulgados na noite do sábado (1º) reforçaram o cenário de incerteza.