O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu cerca de 100 grandes empresários em um jantar promovido pelo grupo Esfera, em São Paulo, na noite desta terça-feira (27). Nele, estiveram presentes nomes como o de André Esteves (BTG) e Abilio Diniz (Península/Carrefour).
Este foi o encontro mais amplo entre Lula com o empresariado nesta eleição. No jantar, porém, o petista não revelou o que pretende fazer caso vença a eleição para a presidência da República.
Aos empresários que chegavam para o encontro era pedido que entregassem o celular, que só lhes foi devolvido ao final do jantar.
De acordo com à “CNN”, porém, o ex-presidente afirmou que o Brasil precisa de “responsabilidade” e não de um teto de gastos.
“Ele disse que não precisa de um teto de gastos porque sabe muito bem o que precisa ser feito pra melhorar o Brasil”, disse João Carlos Camargo, empresário e fundador do Esfera Brasil.
Segundo o petista, a eventual mudança na âncora fiscal brasileira não é para criar se dívida para custeio e sim para investimento.
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que no encontro, falou sobre a necessidade de fortalecer a indústria, melhorar a imagem do país no exterior para atrair investimentos e uma nova reforma tributária.
“Nós falamos pra frente. O Brasil precisa de reforma tributária. Essa é uma reforma essencial pra simplificar o modelo tributário, que pode trazer, num médio prazo, ganho de aumento de PIB.”, disse o ex-tucano.
De acordo com informações de Lauro Jardim, do “O Globo”, Lula reforçou que no seu governo a economia do país voltará a ser forte e que vai atrair capital estrangeiro para investimentos. Falou também que a Petrobras terá um papel importante.
O líder da maioria das pesquisas aproveitou para destacar que pretende encaminhar a discussão da reforma tributária, com especial ênfase no setor industrial, além de salientar que irá reduzir ou eliminar a fome.
Além disso, também prometeu que fará um pesado investimento em Educação e na geração de empregos.
Quanto ao mandato do presidente do Banco Central, o petista deixa claro que o mesmo não será limitado ao combate à inflação e também deverá focar no crescimento do PIB e na geração de empregos.
Além de Esteves e Diniz, também estiveram presentes nomes como Rubens Ometto e Luiiz Hnerique Guimarães (Cosan), José Olympio (ex-Credit Suisse), Michale Klein, Benjamin Steinbruch (CSN), Isaac Sydney (Febraban), Flavio Rocha (Riachuelo) e Josué Gomes da Silva (Fiesp).
Lula ouve empresários
O ex-presidente, durante sua fala de quase 30 minutos, afirmou que gostaria de ouvir o empresariado. Assim, cinco dos presentes foram chamados por João Camargo, anfitrião da noite: Abilio, Esteves, Guimarães e Fabio Ermírio de Moraes (Votorantim) foram os escolhidos.
Os empresários não realizaram perguntas ao petista, mas falaram sobre o que o Brasil precisa ou sobre os pontos fortes do país. Esteves, por exemplo, falou da importância de se aproveitar o que foi feito inclusive pelo governo atual. Abilio disse que se Lula ganhar “deveria continuar sendo Lula”.