A Petz (PETZ3) contratou, na terça-feira (13), Massanori Shibata, o ex-vice-presidente da Intermédica, como o novo vice-presidente de serviços da empresa, segundo o “Brazil Journal”. A posição foi criada pela companhia para cuidar dos hospitais, clínicas veterinárias da rede e de um plano de saúde para pets, que será lançado ainda este ano.
Além disso, a nova posição inclui serviços como banho, tosa, adestramento, dog walker e pet sitter. Na antiga empresa em que Shibata trabalhava, a Intermédica, ele era responsável pela integração dos ativos adquiridos pela operadora de saúde. Além disso, o executivo também trabalhou por 8 anos para a Santa Helena, a operadora comprada em 2017 pela Amil.
O novo contratado terá o desafio de dar tração a uma vertical ainda pequena, mas que tem um potencial de crescimento relevante. Segundo Shibata, ele escolheu sair da “zona de conforto” já que o mercado de saúde pet é um “oceano azul. É muito nascente no Brasil, e ainda tem muitas oportunidades”, afirmou o executivo ao “Brasil Journal”.
A Petz possui 16 hospitais e cerca de 150 clínicas veterinárias, que respondem, atualmente, por menos de 5% da receita da empresa. Shibata deve pelo menos dobrar essa participação nos próximos anos. “A área destinada a serviços é uns 10%-15% das nossas lojas,” afirmou Aline Penna, a CFO da Petz. “A receita deveria pelo menos chegar nesse nível, para justificar o espaço”, acrescentou.
Shibata deverá colocar de pé o plano de saúde da Petz, o qual será o primeiro do mercado que vai operar num modelo verticalizado. Inicialmente, o plano de saúde deve ajudar a aumentar a ocupação dos 16 hospitais da rede, diluindo os custos e aumentando as margens das operações. Porém, a Petz vê espaço para expandir a rede conforme a demanda pelo plano de saúde for crescendo.
A penetração dos planos de saúde na população pet ainda é mínima
A penetração dos planos de saúde na população pet ainda é mínima, atualmente, são apenas 150 mil cães e gatos segurados, de um total de mais de 90 milhões de bichinhos. Na Inglaterra, essa penetração é maior, sendo de 25%; na Suécia, de 40%; e na Noruega, de 14%.
Além disso, Penna informou que a Petz olhou muitos players internacionais de planos de saúde pet e que há dois grandes ofensores de margem: o chamado PAC (pet acquisition cost), e a rede credenciada, já que as operadoras não têm nenhum controle dos custos.
“A gente não vai ter nenhum desses ofensores,” afirmou Penna. “A aquisição dos clientes vai ser feita nas nossas lojas, com nossos mais de 7.000 funcionários oferecendo ativamente para os clientes, e a gente vai ter um controle grande dos custos por sermos verticalizados”, acrescentou.
A Petz possui mais de 2,3 milhões de clientes ativos, dentre eles, 350 mil são assinantes de produtos no digital, ou seja, são considerados mais fiéis à marca. O mercado de planos de saúde pet deve ser abalado nos próximos anos, quando a sinistralidade chegar mais forte, segundo Shibata.
“Todos os planos que existem hoje são com redes credenciadas, no modelo de repasse, reembolso, em que eles não controlam nada. Quando os custos começarem a vir mais forte, com o envelhecimento da população, esses planos vão enfrentar um sério problema,” afirmou Shibata.
Dentro desse contexto, o executivo acredita que o modelo verticalizado da Petz será um diferencial, “tanto pelo controle da informação quanto pelo modelo de saúde integrada, que atua também na prevenção”, afirmou Shibata.
Por fim, a Atmos Capital informou que aumentou a participação no capital social da Petz para aproximadamente 5,0014%, totalizando 23,08 milhões de ações ordinárias. A acionista informou que não visa a aquisição de controle da companhia, nem busca alterar sua administração, composição do controle ou funcionamento.