Setor de serviços cresce acima do esperado em julho

A alta no índice foi de 6,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços

O volume de serviços do Brasil cresceu acima do esperado por analistas em julho, registrando o terceiro mês seguido de avanço sobre o mês anterior, segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (13). 

O setor de serviços cresceu 1,1% em julho em relação a junho, pelos serviços voltados à atividade empresarial, além do impulso das férias escolares, que estimularam à demanda por passagens e hospedagens, mesmo em cenário de inflação elevada. A alta no índice foi de 6,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços.

As expectativas do mercado eram de alta de 0,5% na comparação mensal e de 5,8% na base anual.Os destaques do mês, segundo o IBGE, foram os setores de transportes, com alta de 2,3% sobre o mês anterior, e de informação e comunicação, que cresceu 1,1% na mesma base de comparação. Enquanto os serviços prestados às famílias avançaram 0,6%.

Os dois outros grupos investigados, outros serviços e serviços profissionais, administrativos e complementares, registraram queda de 4,2% e 1,1%, respectivamente.

“Essa retomada de crescimento é bastante significativa e é ligada aos serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação e o de transporte de cargas, que têm um crescimento expressivo e alcançam, em julho, os pontos mais altos das suas respectivas séries”, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, em nota. 

Além disso, Lobo destacou que a inflação elevada tem impactado o setor, o que é apontado por um crescimento das receitas nominais de serviços acima da expansão do volume na base anual. Porém, não tem sido um impeditivo ao crescimento dos serviços, que teve demanda fortemente reprimida durante a pandemia.

O volume de serviços cresceu 8,5% na comparação anual

No acumulado do ano, até o mês de julho, o volume de serviços cresceu 8,5% na comparação anual. Em 12 meses, a alta é de 9,6%, mostrando uma desaceleração sobre os 10,5% registrados em junho e os 12,8% de abril.

Lobo afirmou que considera “natural” a perda de ritmo. “É difícil ter dois anos seguidos de crescimento forte e espalhado”, disse, destacando o desempenho do setor em 2021, que obteve alta de quase 11%.

Com o resultado de julho, o setor de serviços está 8,9% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,8% abaixo do nível histórico mais alto do índice, que foi atingido em novembro de 2014,  afirmou o IBGE.

No acúmulo anual, a inflação ao consumidor registrou alta de 8,73%, ficando bem acima da meta para 2022 do BC, de 3,50%. O setor de serviços, com alta de 1,3%, foi um dos principais impulsionadores do PIB no 2T22, quando a economia, como um todo, cresceu 1,2% sobre os três meses anteriores. Nesta quarta-feira (13), o IBGE divulgará dados sobre as vendas de varejo do mês de julho.