GPA (PCAR3): XP espera que cisão com Éxito destrave valor

Preço-alvo das ações foram elevados em 8,7%

Os analistas da XP Investimentos esperam que a cisão do Grupo Éxito, rede de supermercados colombiana, com o GPA (PCAR3), Grupo Pão de Açúcar, possa destravar valor por meio de uma potencial reclassificação dos ativos.  Mesmo assim, o relatório aponta preocupação com a liquidez do papel negociado na bolsa da Colômbia. 

Dessa forma, o preço-alvo das ações do Pão de Açúcar foram elevadas pela XP de R$ 23 para R$ 25, uma alta de 8,7%. A recomendação dos papéis, no entanto, foi mantida como neutra. 

Com isso, a XP calcula que ADRs/BDRs da Éxito tenham desconto de liquidez após a operação, uma vez que aproximadamente 53% do total de ações em circulação seria composto por acionistas do Pão de Açúcar.

Ainda, os analistas apontam que o apetite do mercado para ativos na Colômbia parece limitado no cenário macroeconômico atual. 

Além disso, ao avaliar o valor do Pão de Açúcar e do Grupo Éxito combinados após o spin-off, os analistas da XP concluíram que, apesar de existir um  potencial sólido de valorização sob múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda), ao se considerar o preço sobre lucro, o potencial parece mais limitado, o que explica a recomendação “neutra” para oa papaéis PCAR3.

Planos de desinvestimento do GPA

Como forma de evidenciar o valor de um ativo ao qual o mercado não atribui valor atualmente, o GPA anunciou que irá distribuir 83% de suas ações do Almacenes Exito a seus acionistas.

Dono de 96% do capital do Éxito, a distribuição ocorrerá por meio de uma redução de capital. Ainda, o Pão de Açúcar pretende manter uma participação de apenas 13% na rede, fatia que poderá ser vendida mais à frente. 

Além da cisão do Éxito, o GPA anunciou outros planos de desinvestimentos. Entre elas, a venda dos 34% da sua participação na Cnova. Os analistas avaliam desafios consideráveis no processo de monetização da Cnova e não adicionaram esse potencial de valorização no modelo de avaliação.

As ações do GPA (PCAR3) caíam 3,16% por volta das 14h10 (de Brasília) desta terça-feira (06), a R$ 22,91. O Ibovespa também registrava queda, de 2,06%.