O serviço “multi family offices” do Credit Suisse já atraiu 30 grupos familiares com patrimônio a partir de R$ 250 milhões. Operando desde 2020, o banco presta assessoria completa para as famílias de alto poder aquisitivo, incluindo as áreas jurídica, fiscal e de investimento.
De acordo com a diretora do CS Family Office, Ariane Tavares, dá para dobrar de tamanho o tíquete médio. “A vasta maioria do mercado foca no que é liquidez e a proposta foi ir além disso”, afirmou. O serviço do banco ainda oferece gestão de ativos imobiliários e serviços de “concierge”.
Tavares ainda relata que na execução do plano, a instituição financeira coloca sob uma única casca os bens imobiliários. “Apesar de ter um patrimônio expressivo em imóveis, a tomada de decisão do cliente não é profissional, é mais caseira”.
Demandas que impactam o patrimônio familiar, como compensações tributárias na venda de empresas, estão incluídas no serviço de “concierge” do Credit Suisse. O banco ainda oferece às famílias endinheiradas a possibilidade de programar viagens e comprar passagens.
Tavares ressaltou a abrangência do plano. O serviço “multi family offices” do banco suiço cuida de embarcações, aeronaves e residências. Segundo a executiva, há um parceiro nesta área, mas afirmou se tratar de um “segredo estratégico”.
Na comparação com outros serviços, o family office do Credit Suisse realiza cisão de ativos, acomodando a parcela de bolsa num fundo de ações, com uma tributação menor, de 15%.
Credit Suisse teve prejuízo no 2T22 e anunciou troca de CEO
Em 27 de julho, o Credit Suisse reportou um prejuízo líquido de 1,59 bilhão de francos suíços (US$ 1,65 bilhão) no segundo trimestre de 2022, revertendo lucro de 253 milhões de francos suíços no mesmo período de 2021.
O resultado do Credit Suisse veio muito abaixo das expectativas dos analistas, que projetavam um prejuízo de 171 milhões de francos suíços entre abril e junho.
Já a receita somou 3,65 bilhões de francos suíços no trimestre, também abaixo do consenso de analistas, que era de 4,20 bilhões de francos suíços.
Após um trimestre difícil, o banco anunciou uma troca no cargo de CEO. De saída, Thomas Gottstein foi substituído por Ulrich Koerner, ex-CEO da divisão de gestão de ativos do bancão suíço, como parte de uma nova estratégia abrangente.
Gottstein assumiu as rédeas no início de 2020 após a renúncia do antecessor Tidjane Thiam após um escândalo de espionagem.