O Ibovespa operava em queda por volta das 13h desta quinta-feira (01), mesmo com dados acima do esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Puxado por temores de desaquecimento global, o principal índice da bolsa brasileira registrava baixa de 0,90%, recuando para os 108 mil pontos. O dólar subia 0,88%, vendido a R$ 5,22.
O PIB brasileiro do segundo trimestre de 2022, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), veio com crescimento de 12%, acima do esperado pelo mercado. “O setor de serviços é um dos maiores destaques positivos mostrando recuperação estimulada pela retomada econômica pós-covid, vacinação e fim das restrições em relação à pandemia”, aponta Fabio Louzada, economista, analista e fundador da escola Eu me Banco.
Para o analista, o setor de indústria também chamou a atenção e teve o segundo resultado positivo consecutivo, puxado pela alta na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos.
Mesmo assim, o Ibovespa refletia os temores globais por desaquecimento econômico e apreensão com a política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Com isso, as maiores baixas do índice Bovespa estavam entre IRB Brasil (IRBR3), que tinha queda de 9,76% na data em que precifica a sua oferta de ações, em busca de R$ 1,2 bilhão para cumprir as exigências regulatórias. Ainda, Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3) caíam 4,91% e 5,98%, respectivamente.
Ainda entre os destaques negativos, Petz (PETZ3) tinha baixa de 4,34% e Via (VIIA3) recuava 4,97%. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) caía 3,51% e Americanas (AMER3) registrava perdas de 3,92%.
Do outro lado, os maiores ganhos apontavam empresas da construção civil, setor que mostrou recuperação no PIB e que foi, também, muito afetado pela pandemia. Com isso, Cyrela (CYRE3) subia 3,25% e MRV (MRVE3) tinha alta de 2,14%. A incorporadora JHSF (JHSF3) avançava 3,39%.
As redes de supermercados Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) também registravam as maiores altas, subindo 1,69% e 1,47%.
O petróleo atingiu seu menor patamar em duas semanas nesta quinta-feira, devido a preocupações contínuas com uma desaceleração do crescimento global, e de restrições na China contra a covid-19. Ainda assim, os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) tinham alta de, respectivamente, 0,19% e 0,27%, após a estatal anunciar queda no preço da gasolina. PetroRio (PRIO3), Petrorecôncavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3) tinham baixa de 1,50%, 0,77% e 2,49%.
Entre as empresas de mineração, Vale (VALE3) caía 3,07%, Gerdau (GGBR4) tinha baixa de de 2,02%, CSN (CMIN3) recuava 3,31% e Usiminas (USIM5) perdia 0,75%.
No exterior, o clima era negativo, como o Ibovespa. Nasdaq caía 2,18%, enquanto Dow Jones e S&P 500 tinham baixa de, respectivamente, 0,52% e 1,09%. Na Europa, principais índices também caminhavam para queda.