A estatal russa Gazprom cortou o fornecimento de gás natural para países da União Europeia por meio do gasoduto Nord Stream na madrugada desta quarta-feira (31). Segundo a empresa a paralisação, que foi programada, deve ocorrer até a próxima sexta-feira (02).
O intuito do corte é fazer a manutenção de uma das centrais de compressão localizada no norte da Alemanha, unidade da Gazprom da qual o combustível fóssil é enviado para os demais países europeus.
A notícia também foi confirmada pelos operadores dos gasodutos alemães Opel e Nel e pela Rede Europeia dos Gestores dos Sistemas de Transporte de Gás (Entsog). Ainda, a italiana Eni também emitiu nota sobre o corte no fornecimento, informando que a “Gazprom nos comunicou que, para o dia de hoje, a entrega do volume de gás estará em cerca de 20 milhões de metros cúbicos contra as entregas diárias de cerca de 27 milhões de metros cúbicos efetuadas nos dias anteriores”.
Segundo a ANSA, agência italiana de notícias, os cortes para “manutenção” têm sido frequentes e, para os países europeus, essa é mais uma forma da Rússia pressionar a UE a remover as sanções financeiras provocadas por conta da invasão de Moscou na Ucrânia. Além das paralisações pontuais, a Gazprom está entregando apenas 20% da capacidade via Nord Stream.
Ainda assim, os países do bloco europeu se mantêm firmes nas punições contra os russos, com exceção da Hungria. Na última terça-feira (30), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que as nações atingiram 80% da meta de estocagem de gás natural para evitar uma crise de abastecimento no inverno no hemisfério norte.
No entanto, os húngaros anunciaram que assinaram um novo contrato com a Gazprom justamente nesta quarta-feira de cortes.
Segundo o porta-voz do premiê húngaro, o país assinou um contrato para o fornecimento de no máximo cerca de 5,8 milhões de metros cúbicos de gás natural a mais na base diária, acrescentada à quantidade contratual já em andamento.
Acionada pela ANSA, a UE ainda não se manifestou sobre o caso.
Reservatórios de gás estão enchendo mais rápido do que planejado na Alemanha
As instalações de armazenamento de gás alemãs estão carregando mais rápido do que o planejado, informou no último domingo (28) o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck.
A declaração elevou as esperanças de que a maior economia europeia consiga evitar a escassez do suprimento no inverno.
Habeck afirmou que “os reservatórios estão enchendo mais rápido do que o previsto”, segundo a Der Spiegel Magazine, acrescentando que a meta do governo de atingir 85% da capacidade de armazenamento da Alemanha até outubro poderia ser alcançada no início de setembro.
Vale lembrar que a potência europeia está na fase dois de um plano de emergência de três etapas que foi formulado após uma redução nos fluxos de gás provenientes da Rússia, que é a principal fornecedora da Alemanha e entrou em guerra com a Ucrânia.