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Criptomoedas: Talibã manda traders para cadeia

Treze pessoas foram presas e 20 empresas relacionadas a criptomoedas foram fechadas

O regime do Talibã prendeu treze traders que desafiaram ordens para parar de negociar criptomoedas após o banco central do Afeganistão proibir a negociação dos ativos no país, de acordo com um alto funcionário da polícia.

A proibição ocorreu após afegãos recorreram às criptomoedas para preservar seu dinheiro e mantê-lo fora do alcance do Talibã. Dessa forma, as criptomoedas se tornaram uma forma popular de movimentar dinheiro dentro e fora do país, que está desligado do sistema bancário global por conta de sanções impostas ao Talibã, que está no poder do Afeganistão desde agosto de 2021, quando o regime tomou a cidade de Cabul, capital do país. 

“O banco central nos deu uma ordem para impedir que todos os cambistas, indivíduos e empresários negociem moedas digitais fraudulentas, como o bitcoin”, disse Sayed Shah Saadaat, chefe de investigações criminais da sede da polícia em Herat.

Ainda, Saadaat afirmou que, além das treze pessoas presas – que, em sua maioria, foram liberadas sob fiança -, outras 20 empresas relacionadas a criptomoedas foram fechadas em Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão e um centro de negociações de tokens digitais. Além disso, quatro das seis corretoras de criptomoedas no país estão localizadas na cidade.

Em fevereiro deste ano, o Talibã afirmou que estudaria se a negociação de criptomoedas poderia ser permitida dentro das práticas financeiras islâmicas. O regime estava analisando todas as opções para reviver a economia, que entrou em colapso após a retirada das forças norte-americanas no Afeganistão, em abril do ano passado, e que abriu caminho para o Talibã tomar controle da administração.

As proibições definitivas no mercado de ativos ainda são raras. Enquanto países como EUA e Cingapura estão apertando as regulações das criptomoedas após um crash do setor, o Afeganistão se junta a China, que declarou ilegais todas as transações envolvendo criptomoedas desde setembro de 2021.