A taxa de inflação do Reino Unido quebrou um recorde de 40 anos ao atingir 10,1% em ritmo anual em julho. O resultado foi estimulado em particular pelo aumento dos preços dos alimentos, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS). Especialistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam avanço de 9,8%.
Em junho, a inflação do Reino Unido em ritmo anual foi de 9,4%. O aumento dos preços dos alimentos – 12,7% desde julho de 2021 – foi o maior contribuinte para a aceleração da inflação, informou o ONS.
Os aumentos de preços foram generalizados no mês passado, mas “os alimentos subiram em particular, especialmente produtos de padaria, laticínios, carne e legumes”, explicou Grant Fitzner, economista-chefe do ONS, no Twitter.
O índice divulgado ficou acima do previsto pela maioria dos economistas, e a inflação de alimentos está agora em seu nível mais alto em 14 anos.
“Todas as onze classes de alimentos e bebidas não alcoólicas contribuíram para a mudança na taxa de inflação anual, onde os preços em geral subiram este ano, mas caíram há um ano”, disse o ONS.
As maiores contribuições de alta vieram de pães e cereais, e de leite, queijo e ovos, com destaque para os aumentos de preços do queijo cheddar e dos iogurtes.
Inflação do Reino Unido pode superar 13%
Essa alta pode superar 13% já em outubro, quando estão previstos aumentos drásticos dos preços da energia, segundo as previsões do Banco da Inglaterra. O Reino Unido enfrenta uma crise do custo de vida, com salários que não acompanham a inflação.
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No início deste mês, o banco central britânico alertou que o Reino Unido enfrentará uma recessão e pontuou que a economia deve começar a encolhar no último trimestre deste ano, podendo se contrair até o fim de 2023.
Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, deixará o cargo em setembro. O novo chefe de Governo, que terá que lidar com a inflação do Reino Unido, será escolhido entre os conservadores Liz Truss e Rishi Sunak.