O Credit Suisse reportou, nesta quarta-feira (27), um prejuízo líquido de de 1,59 bilhão de francos suíços (US$ 1,65 bilhão) no segundo trimestre de 2022, revertendo lucro de 253 milhões de francos suíços no mesmo período de 2021.
O resultado do Credit Suisse veio muito abaixo das expectativas dos analistas, que projetavam um prejuízo de 171 milhões de francos suíços entre abril e junho.
Já a receita somou 3,65 bilhões de francos suíços no trimestre, também abaixo do consenso de analistas, que era de 4,20 bilhões de francos suíços.
Credit Suisse anuncia troca de CEO
Após um trimestre difícil, o banco anunciou uma troca no cargo de CEO. De saída, Thomas Gottstein será substituído por Ulrich Koerner, ex-CEO da divisão de gestão de ativos do bancão suíço, como parte de uma nova estratégia abrangente.
Gottstein assumiu as rédeas no início de 2020 após a renúncia do antecessor Tidjane Thiam após um escândalo de espionagem.
Koerner retornou ao Credit Suisse vindo do rival UBS, onde mais recentemente atuou como consultor do CEO de 2019 a 2020. Ele dirigiu o UBS Asset Management de 2014 a 2019.
Koerner foi anteriormente um executivo sênior do Credit Suisse Financial Services. Ele, que trabalhava para McKinsey, é considerado um especialista em reestruturação.
Lavagem de dinheiro
Recentemente, o Credit Suisse e uma ex-funcionária foram considerados culpados em um tribunal criminal federal suíço por ajudar uma quadrilha da Bulgária a lavar dinheiro relacionado ao tráfico de cocaína. A corte multou o banco em cerca de US$ 2,1 milhões e ordenou o pagamento de cerca de US$ 20 milhões ao governo suíço. O parecer do tribunal foi divulgado nesta segunda-feira (27).
O tribunal suíço afirmou que o Credit Suisse possibilitou que a quadrilha lavasse dinheiro através do banco entre julho de 2007 e dezembro de 2008 ao não monitorar adequadamente suas contas, além de não garantir que a empresa cumprisse as regras de combate à lavagem de dinheiro.
A ex-funcionária do Credit Suisse recebeu uma sentença de prisão de 20 meses com suspensão condicional (sursis). Os promotores afirmam que a ex-colaboradora aceitava regularmente malas de dinheiro de um dos membros da quadrilha.