A Ucrânia anunciou, neste domingo (24), que tem aumentado seus esforços para retomar as exportações de grãos de seus portos do Mar Negro. O país, entretanto, alertou que os ataques russos, como os dos mísseis que atingiram o porto de Odesa, um dia após o acordo de exportação de grãos entre as duas nações, podem gerar atrasos consideráveis nas exportações.
O acordo assinado na semana passada, entre Rússia e Ucrânia, tem como objetivo aliviar a escassez global de alimentos. O avanço diplomático pode ter uma grande influência positiva sobre a disparada dos preços globais dos alimentos, já que os embarques de grãos ucranianos voltariam aos níveis pré-guerra – de cerca de 5 milhões de toneladas por mês.
Vale lembrar que Ucrânia e Rússia são os principais exportadores globais de trigo. Com as restrições em detrimento da guerra, dezenas de milhões de toneladas de grãos deixaram de ser exportadas, o que causou uma escassez na cadeia de suprimentos global.
Veja também: Guerra na Ucrânia: Zelensky denuncia novos ataques russos
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De acordo com o Programa Mundial de Alimentos, a inflação dos preços de alimentos e energia, causada pela guerra na Ucrânia, levou cerca de 47 milhões de pessoas à situação de “fome aguda”.
O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskiy classificou o ataque da Rússia no último sábado (23) como “barbárie”. Segundo Zelenskiy, a atitude mostrou que Moscou não é confiável para realizar acordos.
Segundo informações da “Reuters”, militares ucranianos afirmaram que dois mísseis disparados de navios de guerra russos atingiram a área de uma estação de bombeamento no porto e outros dois foram abatidos pelas forças de defesa aérea.
De acordo com o assessor de Zelenskiy, a Ucrânia pode exportar até 60 milhões de toneladas de grãos nos próximos nove meses. Por outro lado, o país pode levar até 24 meses para exportar essa quantidade, em caso de novos ataques e interrupção de operações nos portos.
