A presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, anunciou por meio de artigo publicado no jornal alemão “WAZ” que vai subir os juros básicos na zona do euro “por quanto tempo for necessário” até que a inflação do bloco volte à meta de 2% ao ano. O documento surge um dia após o BCE elevar os juros em meio ponto porcentual.
“Com nossas medidas, estamos enviando uma mensagem clara para empresas, funcionários e investidores: a inflação voltará à nossa meta de 2% no médio prazo”, escreveu Lagarde.
Segundo a banqueira, a inflação na zona do euro se dá por fatores fora do controle do BCE. No entanto, o BC comum pode “garantir que a inflação não fique elevada no longo prazo”, o que ocorreria em caso de desancoragem das expectativas de preços, o que poderia provocar uma “espiral de alta” nos salários.
A presidente do BCE também afirmou que o Instrumento de Proteção à Transmissão (TPI, na sigla em inglês) “vai manter a consistência da política monetária” em todos os 19 países da zona do euro e “ajudar a manter os preços estáveis no médio prazo”.
BCE elevou a taxa básica de juros na quinta-feira
Na quinta-feira (21), o BCE elevou sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual, de -0,5% para 0%. O aumento foi o primeiro em onze anos. O órgão mantinha as taxas em território negativo desde 2014.
“O Conselho do BCE julgou apropriado dar um primeiro passo maior em seu caminho de normalização da taxa básica do que o sinalizado em sua reunião anterior”, disse a instituição em comunicado.
O mercado estava dividido quanto ao movimento do BCE, entre uma alta de 0,25 ou 0,5 ponto percentual.
Por um lado, parte das autoridades temiam perder o controle da inflação ao consumidor, que já se aproxima dos dois dígitos, existindo o risco de se enraizar acima da meta de 2% imposta pelo BCE. Em contrapartida, há o risco de derrubada da economia, que já sofre com as consequências da guerra da Rússia na Ucrânia.