Os gestores do fundo Bocaina anunciaram, em evento privado na quarta-feira (13), os resultados do fundo de infraestrutura Bocaina Infra (BODB11). De acordo com Miguel Ferreira e Gabriel Esteca, sócios do fundo, os seis meses de vida da Bocaina Infra foram positivos, pagando R$ 0,78 por cota e 6,47% de rendimentos no primeiro semestre do ano.
“Nesse seis meses de vida do fundo, conseguimos ter uma alocação inicial bastante acelerada. O BODB11 pagou R$ 0,78 por cota ao seus investidores, o que dá 6,47%”, afirmou Ferreira.
Ao serem questionados sobre a confiabilidade da venda de cotas da concessão da Concessionária de Rodovias Rota dos Grãos S.A., Esteca destacou que a Bocaina avaliou todo o custo para realizar as obras na rodovia e o que era necessário para atender as premissas da concessão .
“A gente trouxe para a mesa um engenheiro independente, então contratamos uma empresa de engenharia para avaliar o que era necessário ser feito para atender as premissas da concessão e avaliar todo o custo que estava sendo projetado dentro do projeto de engenharia para fazer essas obras”, explicou.
Além de empresa de engenharia, Esteca destacou que o fundo também contratou uma companhia especializada em tráfego para realizar os estudos acerca do ativo.
“Contratamos uma empresa especializada para fazer o estudo de tráfego. Uma empresa para fazer um estudo independente só para nós, enquanto detentores dessa debênture. A rota dos grãos especificamente tem um fator muito legal porque está nesse escoamento de grãos para Rondonópolis”, afirmou
“Sempre procuramos fatores potenciais de risco. Ferrovias, que podem passar por perto, novas rotas e rotas de fugas fazem parte dessa análise robusta de engenharia de estudo de tráfego”, completou Esteca.
Já em relação aos riscos, Esteca destacou o tráfego e o custo da obra como sendo os principais pontos de atenção da gestão.
“Os projetos de rodovia têm dois riscos principais: a obra, pois estamos falando de um aumento de custo de obra, e o tráfego. Como realizamos o negócio pré-obra e pré-tráfego, logo é preciso tomar premissas e criar alguns colchões de liquidez e geração de caixa. Podemos ter um custo maior que o previsto para fazer a obra, por exemplo”, explicou.
Fundada em 2020 por Miguel Ferreira, a gestora Bocaina estreou o fundo de infraestrutura Bocaina Infra, que investe em debêntures incentivadas, em 3 de maio na B3. Em entrevista exclusiva ao BP Money, Ferreira afirma que o BODB11 oferecia vantagens ao investidor dado que a gestora originava e estruturava o produto.
“O BODB11 tem esse tipo de rendimento positivo porque aloca em debêntures com um prêmio maior, que a própria gestora origina e estrutura. Hoje esse fundo tem um carrego de IPCA + 8,11%, isento de imposto de renda, o que os torna uma aplicação bastante interessante”, explicou na época Ferreira.
Segundo Ferreira, que já foi CEO da Santander Asset, a equação risco/retorno do fundo Bocaina Infra é melhor do que a de seus pares do mercado, principalmente no longo praz