A taxa de câmbio entre o dólar e o euro alcançou o mesmo valor nesta terça-feira (12) pela primeira vez desde 2002, segundo a “Exame”.
O euro chegou em sua máxima do ano em maio, cotado a US$ 1,22, iniciando uma convergência entre o valor do dólar e da moeda europeia. O portal de notícias informou que além do euro ter caído, o dólar está se valorizando desde o início do ano em comparação com as seis principais moedas globais.
Por exemplo, a moeda subiu 16,2% sobre o iene japonês, 12% sobre a libra esterlina e 11,4% sobre o euro.
Em relação ao Brasil, o dólar perdeu força em comparação ao real desde o início do ano. Com um câmbio de R$ 5,70 em janeiro, passando para R $5,38 atualmente e alcançando uma mínima de R$ 4,62 em maio.
Crise energética: fator influenciável do câmbio do euro
De acordo com a “Exame”, a atual crise energética da Europa é uma das principais razões para que haja essa paridade no câmbio entre o dólar e o euro, já que está desvalorizando a moeda europeia.
Por conta da guerra na Ucrânia e suas consequências, os países europeus estão com medo de que Moscou não volte a fornecer gás, após o bloqueio de um gasoduto submarino, que transporta gás da Rússia para a Alemanha.
mesmo após os 10 dias previstos de manutenção.
Levando a uma eventual crise do gás na Europa, a qual significaria uma recessão econômica, se iniciando na Alemanha. A economia germânica é dependente do gás russo para 50% da sua produção energética total.
BCE: expectativas de atuação
As expectativas sobre a próxima atuação do Banco Central Europeu (BCE) foram reduzidas por conta do medo de uma recessão na Europa, segundo a “Exame Invest”.
Há algumas semanas, o mercado acreditava em uma alta de 50 pontos-base na próxima reunião do dia 21 de julho, porém, essa expectativa diminuiu para apenas uma alta de 25.
A expectativa de alta é considerada necessária, já que a inflação da União Europeia está beirando os dois dígitos.
Situação adversa da economia norte-americana
De acordo com a “Exame Invest”, os EUA são totalmente autônomos em relação ao gás russo, diferentemente da Europa, esta é outra razão pela qual o dólar está ganhando força sobre o euro.
Além disso, a resiliência americana, observada pelos dados divulgados nesta última sexta-feira, 8, mais recentes sobre o mercado de trabalho americano.
Isto poderia impactar a inflação, a qual terá dados divulgados nesta quarta (13)
Dólar: força em nível mundial
Existem fatores para cada país que conseguem explicar a força do dólar em relação às suas moedas, segundo a Exame Invest.
No Brasil, são as questões ligadas às contas públicas e a instabilidade política, já no Japão, seria a aposta do mercado em políticas monetárias mais acomodatícias por um tempo maior, após o resultado da eleição do último domingo, 10.
Além disso, existe um elemento comum, a consideração do mercado de ser cada vez mais provável uma recessão global.
Levando a fuga de capitais em direção ao dólar, o qual continua a ser considerado um “porto seguro”, valorizando-o em relação às outras moedas.
De acordo com “Exame Invest”, mesmo com as previsões sobre a força da economia americana, a mesma pode ser prejudicada dependendo dos resultados trimestrais das empresas listadas nos EUA, os quais começarão a ser divulgados nesta quinta-feira(15).