Os integrantes do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) defendem uma alta de juros em 0,5 ou 0,75 ponto percentual na próxima reunião de política monetária, que ocorrerá em 26 e 27 de julho. A informação foi indicada na ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), divulgada nesta quarta-feira (06).
Na última reunião do Fomc, que ocorreu nos dias 14 e 15 de junho, o Fed subiu em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros nos EUA, em um intervalo entre 1,50% e 1,75% para o ano. Os integrantes do Fomc pontuaram que o aumento na taxa de juros em junho se tornou necessária conforme a inflação atingia máximas em 40 anos.
A ata aponta que os integrantes do Fomc “concluíram que as perspectivas econômicas justificavam um movimento em direção a uma política monetária restritiva, e reconheceram a possibilidade de que mesmo uma postura ainda mais restritiva poderia ser apropriada, caso as pressões inflacionárias persistam”.
O documento do Fed também apresentou que a inflação continua elevada, com desequilíbrios de oferta e demanda de energia, especialmente por conta da guerra na Ucrânia, que pressiona os mercados globais.
Com relação ao mercado de trabalho, o Fed destacou que permaneceu muito apertado, mas “houve alguns sinais de que o ímpeto estava diminuindo”.
A ata também indicou que os integrantes do Fed estavam mais pessimistas em relação ao crescimento econômico americano do que na reunião anterior, de maio, mas ainda esperavam uma recuperação do PIB no segundo trimestre, após uma queda inesperada nos primeiros três meses do ano. Apesar disso, o Fed reduziu projeções de crescimento econômico para o segundo semestre de 2022 e para 2023.
“A equipe continuou a projetar que o crescimento do PIB se recuperará no segundo trimestre e continuará sólido pelo restante do ano. No entanto, presume-se que a política monetária seja menos acomodatícia do que nas projeções anteriores, e o aperto das condições financeiras levou a equipe a reduzir as projeções para o PIB no segundo semestre de 2022 e para 2023”, afirmou a ata.
O documento do Fed era bastante esperado pelo mercado, uma vez que poderia dar mais indicações sobre os próximos passos da política monetária em meio a um cenário inflacionário alto.