Os fundos multimercados e de ações estão enfrentando um período desafiador, com as classes registrando resgates líquidos (saldo negativo entre entrada e saída de recursos) de R$ 111,3 bilhões no primeiro semestre do ano. Além disso, houve queda de 97,1% na captação líquida das indústria de fundos neste período na comparação com o primeiro semestre de 2022.
Já os fundos de renda fixa (RF) registraram captação líquida de R$ 88,8 bilhões no mesmo período. Tais fundos se tornam mais atrativos com as altas sucessivas na taxa Selic. No entanto, para Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), o movimento de maiores resgates nos fundos multimercados e de ações está começando a perder a velocidade.
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Além disso, em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (6), Rudge afirmou que a tendência é que os investidores retornem aos fundos multimercados e de ações com o fim do ciclo de aumento da taxa básica de juros.
“O final do ciclo de alta da Selic mudará o movimento, que já tem diminuído de velocidade. Nada dura para sempre e a tendência é a normalidade voltar”, afirmou Pedro Rudge, da Anbima.
Sobre o movimento de alta das taxas, afirmou que “com a inflação arrefecendo, vamos poder ver o Banco Central dando alguma sinalização de que os juros chegaram ao nível adequado e que poderá começar a reduzi-los nos próximos meses ou anos. Hoje, ainda existe uma incerteza muito grande e isso faz com que os investidores fiquem mais avessos ao risco”, acrescentou.
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Rudge disse que o aumento da taxa Selic pelo BC acaba atraindo os investidores para outros ativos em detrimento dos fundos multimercados e de ações. “O aumento da taxa de juros gera uma maior atratividade de produtos de renda fixa como os isentos de Imposto de Renda LCI, LCA, debêntures incentivadas, o que faz com que essa classe de ativos fique mais atrativa vis à vis que os fundos”, concluiu.