Carne bovina terá consumo diminuído no Brasil e na Argentina

Previsão da OCDE destaca queda da renda per capita como principal fator

A queda do consumo de carne bovina seguirá acentuada no Brasil e na Argentina, assim como no resto do mundo, de acordo com levantamento realizado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em conjunto com a FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação).

Em relatório publicado na última semana sobre as perspectivas agrícolas para os próximos dez anos, as instituições afirmaram que o consumo per capita de carne bovina pode cair em mais 2% no período, de acordo com informações do “Valor”.

A projeção é de que a média per capita caia até mesmo nos países com maior consumo de carne vermelha, o que impulsionará a migração para as carnes de aves.

As projeções da OCDE e da FAO estimam que o consumo na Oceania terá o maior declínio, no nível de 15%.

Em países com alta demanda, as quedas são seguidas da Argentina, com 5%, EUA, com 4%, e Brasil e Canadá, com 2%.

A região da Ásia e Pacífico é a única para a qual se projeta aumento do consumo per capita nos próximos anos.

O destaque ficou para a alta do consumo per capita na China. O atual segundo maior consumidor per capita do mundo deverá aumentar sua demanda em 10% até 2031.
 

Consumo de carne bovina tem impacto direto pelo período de recessão na América Latina

Segundo as instituições, a quantidade de pessoas em estado de fome na América Latina teve alta de 79% entre 2014 e 2020.

Além disso, o quadro pós-pandemia da Covid-19 fez com que a taxa de extrema pobreza aumentasse para 13,8%, o correspondente a 13 milhões de pessoas na região.

Com isso, o continente responsável pela maior quantidade de exportação de commodities continua na fase de insegurança alimentar.

Logo, a atual situação da América Latina, impulsionada pela recessão econômica e temor financeiro, será fator primordial para queda do consumo de carne bovina na região.