As dívidas totais da Oi (OIBR3) caíram em R$ 19,1 bilhões após pagamentos realizados com os recursos provenientes da venda de ativos móveis e de fibra óptica da companhia.
De acordo com os balanços financeiros do primeiro trimestre deste ano divulgados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na última quarta-feira (29), a dívida total registrada pela Oi caiu de R$ 33,4 bilhões para R$ 14,4 bilhões.
A operadora realizou uma série de pagamentos a credores entre a publicação dos resultados no fim de março e junho deste ano, período em que a venda de ativos móveis da companhia se concretizou.
O montante de dívidas quitadas inclui a pendência de R$ 4,6 bilhões ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o pagamento de R$ 4,3 bilhões em bonds (título de dívida) referentes a 2026, os debêntures conversíveis da V.tal em R$ 3 bilhões e o empréstimo ponte da Oi Móvel, no total de R$ 2,3 bilhões.
Além disso, a operadora também estipulou os próximos pagamentos, destinados para dívidas com bancos locais e ECAs (agências de crédito à exportação).
Também está nos planos da Oi negociar possíveis ajustes de preços até o final de 2022, de acordo com declaração da CFO ( Diretora Financeira) da companhia, Cristiane Barretto.
Os R$ 19 bilhões de dívidas pendentes da operadora não incluem a negociação com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que não foi somada ao cálculo da dívida financeira total da Oi.
No momento, o valor a ser pago para a agência reguladora está na casa dos R$ 7,3 bilhões, que serão pagos até 2033 em diversas parcelas.
Continuidade operacional da Oi ainda preocupa
Apesar dos resultados, a auditoria da PWC, responsável pela administração judicial da operadora, ainda mantém incertezas acerca da continuidade operacional da companhia.
Mesmo com a divulgação dos balanços financeiros do primeiro trimestre de 2022 da empresa na madrugada desta quarta-feira (29), o texto do auditor do caso enfatizou preocupações sobre os próximos passos da operadora.
O parecer da PWC destacou a conclusão de algumas etapas do processo de recuperação judicial, principalmente a venda das UPIs (Unidades Produtivas Isoladas) Ativos Móveis e InfraCo.
De acordo com a responsável pelo processo, a incerteza sobre a capacidade de continuidade operacional da Oi segue em pauta, apesar das tentativas da instituição para reverter os danos causados durante o processo de recuperação judicial.