A venda de chocolate em supermercados brasileiros caiu em maio. Com os preços mais altos, os supermercados começaram a diminuir a oferta de itens não essenciais, aumentando a indisponibilidade de chocolates nas prateleiras. No mês passado, a falta de barras de chocolate nas prateleiras atingiu o patamar de 20,3%.
Os dados são do Índice de Ruptura da Neogrid, que considera os dados de cerca de 80% das maiores redes supermercadistas do Brasil. Ainda de acordo com a Neogrid, a venda média de unidades de chocolate registrou o menor volume em três anos (2020 a 2022).
Em abril, mês da Páscoa, o chocolate esteve presente em 14% dos carrinhos de compras, enquanto em maio essa proporção caiu para 9,5%, derrubando o número médio de unidades de 2,7 para 2,1.
Segundo a Horus, empresa de inteligência de mercado da Neogrid, o preço médio do chocolate aumentou 22,7% nos 12 meses entre junho de 2021 e maio de 2022.
De acordo com o diretor da Neogrid, Robson Munhoz, em um contexto de inflação, os varejistas têm tentado trabalhar com prateleiras mais vazias, diminuindo a reposição de produtos em que os consumidores compram para se presentear.
“O supermercado abasteceu menos, a prateleira está menos reforçada, e, tirando o efeito Páscoa, quando a ruptura no mês seguinte ao evento de fato sobe um pouco, agora o que vimos é uma diminuição de estoque e de venda — o varejo comprou menos chocolate porque acreditou que venderia menos em virtude do aumento de preço e da dificuldade de dinheiro do consumidor no supermercado”, relatou Munhoz. Ele completou: “o varejista continua se vendo obrigado a negociar com a indústria, que ainda tenta repassar o aumento de preço por conta do aumento de insumos.”