A Petrobras (PETR3; PETR4) virou alvo de um processo administrativo para investigar as notícias que anteciparam a renúncia de José Coelho ao cargo de presidente da companhia. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu o processo nesta segunda-feira (20) e também questionou a estatal sobre movimentações atípicas em suas ações.
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Notícias envolvendo a renúncia de José Coelho começaram a circular no último domingo (19), mas a companhia só enviou o comunicado oficial na segunda-feira, pouco antes das 10h. O processo irá avaliar se a comunicação ao mercado foi feita de forma adequada, seguindo as regras estabelecidas para companhias abertas.
Não foram divulgados detalhes específicos do caso, mas os dados do site da CVM indicam que o caso foi aberto na Gerência de Acompanhamento de Empresas 1 (GEA-1), da Superintendência de Relações com Empresas (SEP). De acordo com os dados, a análise envolve “notícias, fatos relevantes e comunicados”.
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O processo administrativo de número 19957.006614/2022-48 pode se tornar uma investigação formal, a depender das conclusões tomadas pela autarquia após a análise do caso. Trata-se do quinto processo aberto somente neste ano para analisar temas relacionados à divulgação de informações pela Petrobras.
Em março, a troca no comando da Petrobras já havia sido alvo de investigação na CVM, pois as informações da saída do general Joaquim Silva e Luna do cargo começaram a circular na tarde do dia 20, mas o comunicado oficial só foi enviado à CVM após as 20h.
Movimentação atípica de ações da Petrobras
A CVM também notificou a Petrobras sobre a movimentação atípica identificada nas ações da companhia. Foram registrados altos números de negociações no fim da semana passada, após anúncio de reajustes nos preços da gasolina e do diesel. Após as notícias, a estatal perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado.
No entanto, desde o início do mês, a movimentação de ações ordinárias (PETR3), com direito a voto, quase que triplicou no mês de junho. As ações preferenciais (PETR4) tiveram alta de 231%.
De acordo com o jornal “O Globo”, a Petrobras afirmou que “não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante pendente de divulgação que possa justificar as oscilações registradas no preço, na quantidade e no número de negócios envolvendo ações de sua emissão, no período de 03 de junho de 2022 e 17 de junho de 2022”, disse.
As movimentações de ações ordinárias da Petrobras passaram de 9.285.200 no dia 6 para 20.042.400 no dia 17. As ações preferenciais subiram de 39.213.900 para 129.846.700 no mesmo período.