As bolsas mundiais iniciaram esta segunda-feira (13) registrando fortes quedas, influenciadas pelo sentimento de pessimismo na semana decisiva para a política monetária ao redor mundo.
A semana, que será mais curta no Brasil devido ao feriado católico de Corpus Christi, terá como principal acontecimento a divulgação do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) acerca da decisão sobre a taxa básica de juros dos EUA.
Com o CPI (Inflação ao Consumidor) do mês de maio divulgado na última semana muito acima do esperado pelos especialistas, as expectativa é que o ciclo de altas inflacionárias no país continue.
Com isso, as bolsas na Ásia já registraram quedas recordes no fechamento do pregão desta segunda-feira (13), sentindo também a baixa das ações de tecnologia e o temor sobre novos lockdowns na China.
No mesmo sentido, os mercados da Europa aguardam a divulgação dos EUA operando em queda, principalmente após dados de serviços negativos no Reino Unido nesta manhã.
Além disso, o Bitcoin (BTC) registrou sua maior queda mínima nos últimos 18 meses, com recuos de mais de 10% que seguiram a tendência do ‘inverno bitcoin’
No cenário nacional, os acionistas também aguardam as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre uma nova elevação de juros.
A expectativa é de que a instituição encerre o pico inflacionário na próxima reunião, a fim de encerrar futuros novos ajustes na Taxa Selic.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou em queda de 1,51% na última sexta-feira (10). Já o dólar registrou alta de 1,59% no fechamento, cotado a R$ 4,98 na sexta (10).
Os mercados futuros dos EUA operam em baixa na manhã desta segunda-feira (13).
-Dow Jones Futuro (EUA), -1,26%
-S&P 500 Futuro (EUA), -1,47%
-Nasdaq Futuro (EUA), -1,70%
Bolsas Asiáticas
As bolsas na Ásia fecharam o primeiro pregão desta semana com fortes quedas registradas, movidas pela cautela dos acionistas em semana decisiva para um novo aperto monetário nos EUA.
A bolsa de Tóquio explicitou esse temor ao fechar esta segunda (13) com quedas de 3,01% nas ações, com o SoftBank (9984) registrando baixa de 6,85%, e o SMC (SMGBY) recuo de 7,2%.
Na Coreia do Sul, a baixa de 3,52% registrada ao final do pregão resultou no fechamento mais fraco no país desde o dia 13 de novembro de 2020, período vivido já na pandemia de Covid-19.
Ações de tecnologia e montadoras lideraram as quedas na região, que temem que o aperto monetário norte-americano afaste investidores internacionais de Seul.
Já na China, alguns papéis do setor automotivo apresentaram alta no fechamento das bolsas, entretanto, o sentimento geral também foi negativo.
Apesar dos anúncios do governo chinês sobre uma nova flexibilização das medidas restritivas provocadas pela Covid-19, no início da semana passada, novos casos começaram a surgir novamente no país, o que deixou a decisão do governo indefinida.
Além disso, as bolsas do país também sentem o pessimismo do mercado mundial acerca da possível alta de juros nos EUA nesta semana.
Enquanto isso, a Bolsa de Sydney não operou por causa de um feriado local da Austrália
Segue o fechamento das bolsas asiáticas:
-Nikkei (Japão), -3,01%
-Kospi (Coreia do Sul), -3,52%
-Taiex (Taiwan), -2,36%
-Xangai SE (China), -0,89%
Bolsas Europeias
No mercado europeu, o dia já começou com perdas progressivas acompanhadas do receio ante à alteração da taxa básica de juros norte-americana.
Antes mesmo da reunião do FED, os dados de produção industrial do Reino Unido, divulgados no início desta segunda (13) não foram animadores para os acionistas.
O índice recuou 0,6% no mês de abril em relação à março, abaixo do esperado pelos especialistas.
Além disso, os investidores na Itália também aumentam as preocupações da região, visto que foi constatado pelo BCE que os juros do bônus do país estão ainda mais distantes dos da Alemanha.
Logo, a expectativa é de um aperto monetário não só nos EUA, mas também na região da zona do euro.
Confira as principais bolsas europeias:
-DAX (Alemanha), -2,11%
-CAC 40 (França), -2,21%
-FTSE MIB (Itália), -2,11%
-FTSE 100 (Reino Unido), -1,71%
Notícias Corporativas
O Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou seu plano para integração do Grupo Big. O documento divulgado na CVM (Comissão de Valores Imobiliários) aponta investimento de R$ 2,1 bilhões na conversão de 124 lojas, um terço da rede varejista brasileira, no processo de incorporação da empresa à companhia francesa. O processo deve ser concluído até o fim de 2023.
Enquanto isso, a gigante do setor de cosméticos Revlon está se preparando para entrar com um pedido de falência ainda nesta semana.
A empresa, que já amargava o aumento da concorrência no setor, vem enfrentando uma série de problemas na cadeia de suprimentos durante a pandemia, além de carregar uma pesada carga de dívida.
Por sua vez, a M.Dias Branco (MDIA3) confirmou o fechamento de uma parceria com a Ômega Energia (MEGA3), a fim de gerar energia por três parques eólicos controlados pela Ômega para consumo próprio da companhia.
Agenda
No radar desta segunda-feira (13), está o discurso do vice-presidente do FED, Lael Brainard, que pode indicar novas pistas para o anúncio da próxima quarta (15).
Entretanto, os destaques da agenda desta semana ficam todos para a ‘Super quarta’, em que serão divulgadas as decisões de política monetária nos EUA e também no Brasil.