O Brasil foi o sexto maior destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2021, recuperando a posição que detinha em 2019. Os dados pertencem ao Relatório Mundial de Investimentos, divulgados pela Agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento nesta quinta-feira (9)
De acordo com a Agência da ONU, o País recebeu US$ 50 bilhões em fluxo no ano passado, ante US$ 28 bilhões em 2020, o que representa alta de 77,9%. No começo do ano, a agência tinha estimado um aumento de 100% no fluxo para o Brasil e que o País ocuparia a sétima posição entre os destinos com maiores investimentos estrangeiros.
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O Brasil ficou atrás apenas dos EUA, China, Hong Kong, Cingapura e Canadá como receptor de IED. O fluxo de IED de 2021 representou 18% da formação bruta de capital fixo (FBCF), que mede a capacidade produtiva de uma economia. No ano imediatamente anterior, a representação havia sido de 11,8%.
Além disso, o estoque de IED no Brasil acumulou US$ 592,7 bilhões ao final de 2021, e representou 36,9% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Mesmo assim, os números registrados em 2021 ainda foram distantes do padrão observado entre 2016 e 2019. No último ano pré-pandemia, os investimentos estrangeiros totalizaram US$ 65 bilhões.
Investimento Estrangeiro Direto para o Brasil em 2022
Para este ano, a ONU estima que os investimentos diminuirão em escala global devido à guerra na Ucrânia. Além disso, a crise deve atingir de forma mais grave as economias emergentes.
A Unctad aponta um “risco significativo” de que o impulso para a recuperação do investimento estrangeiro irá ser interrompido prematuramente. Como um sinal disso, no primeiro trimestre do ano, a queda registrada em projetos “greenfield” foi de 21%.Os financiamentos de projetos internacionais caíram 4%.
Porém, o setor energético vai na contramão da tendência de queda do mercado. Enquanto as maiores multinacionais revisaram suas estimativas de ganhos para baixo, a indústria de gás e petróleo prevê lucro de 22%, e a de cavão, de 32%.
Já para o Brasil, a expectativa é de que os altos preços das commodities continuem a atrair um bom volume de Investimento Estrangeiro Direto em 2022.