A Cúpula das Américas, encontro entre os líderes dos países da América do Sul, América Central e América do Norte, começou nesta semana para discutir a crise migratória e reconstruir a relação entre os países após os anos de governo de Donald Trump. Nesta quarta-feira (8), presidente norte-americano, Joe Biden, revelou uma proposta de parceria econômica dos EUA com a América Latina.
A expectativa é que Biden apresente uma agenda de recuperação econômica para o pós-pandemia, incluindo o aumento de investimentos regionais. O plano é uma tentativa dos EUA de se contrapor à influência chinesa na região.
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Trata-se de uma medida para oferecer aos vizinhos latino-americanos uma alternativa que envolve maior engajamento dos EUA, incluindo o aumento de investimento e o fortalecimento de cadeias de fornecimento. Além disso, prevê o maior uso de energia limpa e o aumento das relações comerciais já existentes entre os países.
De acordo com um funcionário do alto escalão do governo, o presidente norte-americano deve anunciar mais de US$ 300 milhões em assistência contra a insegurança alimentar na América Latina e propor mudanças ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O início das negociações deve ocorrer a partir do final de setembro.
Por outro lado, o acordo não deve oferecer a redução tarifária e irá focar inicialmente em “parceiros de opinião parecidas” que já são parceiros comerciais com o país. O evento já causou polêmica ao não convidar Cuba, Venezuela e Nicarágua, pois estes países não têm regimes democráticos e, para os EUA, não devem participar do encontro.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que havia exigido que todos os países da região fossem convidados, não marcou presença no evento e enviou o ministro das Relações Exteriores para a cúpula. Os líderes da Bolívia, Guatemala, Honduras e São Vicente e Granadinas também afirmaram que não irão comparecer ao evento.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) aceitou o convite após Biden concordar com uma reunião bilateral com o presidente brasileiro. Estão presentes na Cúpula das Américas líderes de mais de 20 países, inclusive Canadá e Argentina.