A presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta quinta-feira (02) que o risco de recessão da economia dos EUA aumentou. A declaração foi feita em evento do Philadelphia Council for Business Economics. Mester ainda enfatizou que os mercados financeiros podem permanecer muito voláteis conforme as condições financeiras se apertam ainda mais.
Além disso, a presidente do Fed argumentou que o crescimento pode desacelerar um pouco mais do que o esperado por alguns trimestres e a taxa de desemprego pode ficar temporariamente acima das estimativas de seu nível de longo prazo.
No entanto, ela ressaltou que, como o impulso da demanda por mão de obra está forte, ainda é possível argumentar que uma desaceleração acentuada possa ser evitada.
A presidente do Fed de Cleveland afirmou também que pode ser necessário um ritmo mais rápido de aumento das taxas de juros se a inflação continuar crescendo até setembro. Por outro lado, ela disse que o ritmo pode diminuir se os índices mensais fornecerem evidências de que a inflação está desacelerando. Mester comentou que considera apropriado elevar juros em 50 pontos-base em cada uma das duas próximas reuniões.
Segundo Loretta Mester, o Fed continuará a encolher até que os saldos das reservas estejam próximos do nível que o Banco Central norte-americano julga consistente com a implementação da política monetária.
A declaração da dirigente do Fed chega num momento de declarações pessimistas de líderes de grandes bancos norte-americanos. Nesta quinta-feira, o presidente do Goldman Sachs (GSGI34), John Waldron alertou sobre a chegada de tempos mais difíceis à frente em meio a uma série de choques que abalam a economia global. Na quarta-feira, o CEO do J.P. Morgan, Jamie Dimon, afirmou que um “furacão econômico” está se aproximando, provocado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela reversão dos estímulos financeiros criados pelo Fed.