Os países membros da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e aliados decidiram elevar a produção diária a 648 mil barris nos meses de julho e agosto. A atual projeção do órgão era de produzir 432 mil barris por dia. O comunicado foi feito nesta quinta-feira (2) após a reunião mensal do grupo.
Os representantes dos países afirmaram que a reabertura das atividades depois das fortes medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19 fez com que a demanda do petróleo aumentasse consideravelmente. O encontro também ressaltou a importância de “mercados estáveis e equilibrados”, tanto para o petróleo bruto quanto para derivados.
A Opep acredita que é preciso estender o período de compensação das cotas de produção até dezembro, em virtude da solicitação de países-membros que tiveram um baixo desempenho. Esses países precisam enviar seus planos de produção até o dia 17.
A próxima reunião da Opep está marcada para o dia 30 de junho. Os preços do petróleo passaram a subir após a reunião desta quinta (2).
Petróleo: decisão da Opep era desejo dos EUA
A Casa Branca emitiu um comunicado após a reunião e elogiou a decisão dos membros. Os EUA não fazem parte da Opep, mas já vinham conversando com diversos países para que a produção de petróleo aumentasse em virtude da alta de preços por conta da guerra contra a Ucrânia. O grupo fez oposição ao desejo dos EUA por diversas semanas, até ceder nesta quinta (2).
Washington também pressiona a Opep a excluir a Rússia do grupo, como uma forma de retaliar Moscou por conta da guerra no Leste Europeu. De acordo com informações do “The Wall Street Journal”, membros do grupo já admitem a possibilidade da exclusão dos russos.
A Opep não discute publicamente a questão da guerra, mas a decisão sobre o aumento da produção, que pode enfraquecer o petróleo russo, sinaliza que o desejo dos EUA fez efeito. Outro fator que fez a diferença foi o anúncio da viagem oficial do presidente Joe Biden a Arabia Saudita na próxima semana, indicando uma aproximação maior entre os dois países.