A empresa farmacêutica Hypera (HYPE3) fechou acordo de leniência, relacionado à investigação de pagamento de propinas a políticos entre 2010 a 2015, com a CGU (Controladoria-Geral da União). A Hypera vai pagar R$ 110 milhões à União e cumprir o plano de desenvolvimento de seu programa de integridade, que será monitorado pela CGU por 18 meses. Com o acordo, as ações da companhia subiram nesta quarta-feira (01). Às 16:15, os papéis apresentavam alta de 8,28%, cotados a R$ 42,00.
Na análise da XP Investimentos (XPBR31), o desempenho dos papéis é em razão ao fim das investigações e ao valor que não será descontado do caixa da Hypera. Com isso, a recomendação da corretora é de compra para as ações da Hypera, com preço-alvo de R$ 48, potencial de valorização (upside) de 23%.
Em maio de 2020, a Hypera anunciou ao mercado que a apuração interna realizada pela companhia confirmou a existência e indícios de pagamentos indevidos pela empresa. A apuração foi realizada no âmbito da Operação Tira-Teima, conduzida pelo Ministério Público Federal. A companhia informou que o valor do acordo será pago integralmente pelo acionista e fundador João Alves de Queiroz Filho, mais conhecido como Júnior. Ele possui 21,45% dos papéis da empresa.
A investigação começou em 2016, quando se descobriu que ex-executivos da empresa farmacêutica haviam feito doações ilegais a políticos. Segundo a empresa, as doações não tinham relação com os negócios da Hypera e não beneficiaram a companhia.
Analistas do JPMorgan afirmaram que o anúncio é positivo. Em relatório a clientes, o banco acredita que o acordo deve ser visto com bons olhos pelo mercado, visto que o foco agora está mudando para as boas tendências operacionais.
De acordo com analistas financeiros da XP, o acordo resolve uma questão de longa duração e o efeito líquido do valor da indenização é zero, pois a empresa será ressarcida, além do valor ser equivalente a apenas 0,5% do valor de mercado da Hypera.