A Eneva (ENEV3) decidiu fazer uma oferta de R$ 6 bilhões pela Celse (Centrais Elétricas do Sergipe), a maior usina termelétrica da América Latina. A informação foi divulgada pelo “Brazil Journal”.
O negócio está na reta final, mas ainda não foi fechado. Caso a Eneva feche a transação, a companhia também assumiria R$ 5 bilhões em dívidas da empresa, que possui um EBITDA de R$ 1 bilhão. Na última sexta-feira (27), a Eneva registrou um valor de R$ 20 bilhões na Bolsa.
A Eneva pode “herdar” da Celse uma infraestrutura pronta para uma nova plana adjacente, de 800 MW. A planta tem capacidade para atender 15% da demanda de energia do Nordeste. A Celse é sempre uma das primeiras térmicas a ser despachadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) porque ganhou um leilão de energia elétrica ao oferecer um preço competitivo.
Em 2015, após vencer um Leilão de Energia Nova A-5, a companhia fechou 26 contratos de 25 anos com diversas distribuidoras de energia.
O terminal de gás está fora de compra. A Eneva deve fechar o negócio apenas com a inclusão da usina.
Eneva vai comprar companhia que pertence a NFE
Atualmente, a Celse pertence ao NFE (New Fortress Energy), um fundo de private equity norte-americano, que se destacou após a compra da Golar Power (desenvolvedora original da usina) no ano passado.
O NFE possui metade da usina, a outra parte é do empresário pernambucano José Cantarelli, conhecido investidor do setor elétrico e dono da EBrasil Energia. Cantarelli iniciou as suas operações no segmento na época do programa emergencial de térmicas do Governo Fernando Henrique. O empresário deve vender sua posição.
A companhia chinesa CGN estava na disputa pela Celse, mas perdeu o negócio para a Eneva. A Lazard está assessorando a companhia durante a transação, enquanto a Celse está sendo orientada pelo Goldman Sachs.