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Mercado de trabalho dos EUA vive desalinhamento entre setores

Enquanto no setor de tecnologia as empresas congelam vagas, setor de hotéis busca contratações em larga escala

O mercado de trabalho dos Estados Unidos vive um período conturbado. Enquanto empresas de crescimento, principalmente do setor de tecnologia, têm congelado as vagas e as contratações, outras, do setor de hotéis e serviços, por exemplo, buscam incessantemente por profissionais para as vagas. O objetivo deste segundo grupo é recuperar o atraso gerado pela pandemia de covid-19. 

Segundo David Tinsley, diretor do Bank of America, o mercado de trabalho dos Estados Unidos ainda é forte, mesmo com as demissões em alguns setores da economia. “Os consumidores gastaram muito em bens e pouco em serviços durante a pandemia e agora estamos vendo em nossos dados de cartão que eles estão voltando para os serviços, literalmente voando”, disse Tinsley em entrevista à CNBC.

Diversas gigantes de tecnologia anunciaram o congelamento de contratações, além de programas de demissões. Isso ocorreu por preocupações com uma possível desaceleração econômica, já que a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia limitaram planos de crescimento dessas companhias.

Ao menos 107 empresas de tecnologia demitiram funcionários desde o início de 2022, de acordo com dados do Layoffs.fyi, que acompanha os cortes de empregos em todo o setor.

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″É uma espécie de abalo daquelas empresas que talvez tenham exagerado em termos de contratação”, afirmou Tinsley sobre as demissões e congelamento de vagas no setor de tecnologia.

De acordo com a CNBC, os empregadores norte-americanos relataram mais de 24 mil cortes de empregos em abril deste ano. O número foi 14% maior do que o registrado em março e 6% superior a abril de 2021.

Por outro lado, David Kelly, estrategista-chefe global do JP Morgan Asset Management, afirmou à CNBC que mesmo que o mercado de trabalho dos EUA perdesse 3 milhões de vagas, ainda seria um mercado de procura de emprego. “Há um forte excesso de demanda por trabalhadores. Isso realmente protege a economia da recessão”, afirmou o executivo.