A Petrobras (PETR4) enviou um ofício no início da semana ao Ministério de Minas e Energia (MME), alertando para o risco de desabastecimento de diesel no Brasil, segundo o “Estado de São Paulo”. Não é a primeira vez que a diretoria da companhia expressa preocupação acerca da possível falta do combustível.
O ofício tem como objetivo evitar que um provável desabastecimento de combustível acabe prejudicando a companhia. Em uma reunião da Petrobras com as autoridades brasileiras para acompanhar os estoques de petróleo e derivados no País, a questão já havia sido levantada.
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Em 2021, a empresa já alertava para a redução da oferta e os efeitos que a escassez poderia causar, pois a companhia não conseguiria mais atender toda a demanda do mercado. O general Joaquim Silva e Luna, que estava no comando da estatal à época que os avisos vieram, optou pelo reajuste dos preços, o que causou sua demissão.
O mesmo ocorreu com o atual presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, o qual teve sua demissão anunciada pelo governo federal nesta semana. A companhia anunciou que o conselho irá avaliar a saída de José Mauro Coelho e a entrada do novo indicado ao posto, Caio Mario Paes de Andrade na próxima segunda-feira (30).
Sem contar com as importações, a Petrobras conseguiria abastecer apenas metade do mercado de diesel no Brasil. Com o aumento dos preços das commodities no exterior, a companhia vem defendendo o não-alinhamento dos preços com o mercado internacional, o que resultaria na falta do produto.
Paulo Miranda, recém-saído do cargo de presidente da Fecombustíveis, afirmou que um “racionamento seletivo” já está ocorrendo, com postos de bandeira branca (que não possuem a marca das distribuidoras) apresentando dificuldade em adquirir o diesel. O mesmo não ocorre nos postos com bandeira, onde, por enquanto, não existe a ameaça de desabastecimento.
Caminhoneiros ameaçam nova greve devido ao preço dos combustíveis
Na quarta-feira (25), um dos principais líderes dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, subiu o tom em relação aos aumentos nos preços dos combustíveis. Cobrando uma atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele cogitou a possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros, como a que parou o Brasil em 2018.
“Exigimos transparência com relação ao estoque de diesel para o mercado interno. O novo presidente da Petrobras precisa dizer para a categoria se os preços vão parar de subir e se existe risco de desabastecimento”, disse Chorão, em nota.