A diretoria da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aprovou o reajuste de 15,5% para planos de saúde individual e familiares para o período de maio de 2022 até abril de 2023. O reajuste, fixado nesta quinta-feira (26), é o maior já aprovado desde o início da série histórica da agência, em 2000. A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União na sexta-feira (27).
De acordo com a ANS, o reajuste vai englobar 8 milhões de contratos, representando cerca de 16,3% dos consumidores de assistência médica no Brasil.
A agência explicou que o cálculo foi baseado na diferença de despesas assistenciais por beneficiário dos planos de saúde individuais de um ano para outro.
Em 2021, foi anunciado pela primeira vez um reajuste negativo (-8,19%), que correspondeu a uma redução das mensalidades no período de maio de 2021 a abril de 2022. Isso resultou em uma queda de 17% no total de procedimentos, entre eles consultas, exames, terapias e cirurgias realizados em 2020 pelos planos de saúde, em decorrência das restrições por conta da Covid-19, que na época estava no auge.
Em nota, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) criticou o reajuste aprovado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Segundo a entidade, a decisão “vem em um momento de intensa dificuldade econômica, com o aumento dos preços de alimentos, serviços e do custo de vida em geral da população”.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) estimava que o percentual de reajuste da ANS ficaria “próximo a 15,8%”. Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) projetava reajuste de 15,7%. Segundo a Abramge, a retomada dos atendimentos adiados no ano anterior e a segunda onda da Covid-19, “muito maior do que a primeira”, pesaram no custo das despesas médico-hospitalares em 2021.