Ibovespa abre em queda com mercado digerindo decisões do Copom sobre a taxa Selic

Balanços corporativos do Brasil e declarações do FED também chamam atenção

O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em queda nesta quinta-feira (5). Por volta das 10h20 (de Brasília), o índice recuava 0,48% a 107.826 mil pontos, após as alterações na taxa Selic e na taxa de juros dos EUA.

A expectativa para os anúncios do Copom (Comitê Político Monetário) e do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) estavam no radar dos acionistas desde o início desta semana, porém, os acontecimentos da última quarta (4) foram determinantes para o Ibovespa.

O Banco Central anunciou a alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, que alcançou o nível de 12,75%.

O nível registrado pelo Copom atingiu seu patamar mais alto dos últimos 5 anos. Apesar disso, a instituição monetária já confirmou que ainda há a possibilidade de novos aumentos da taxa serem realizados, caso o aperto financeiro continue no Brasil.

A próxima reunião do grupo está marcada para o mês de junho, e as declarações do Banco Central ainda deixam margem para novos aumentos dos juros no País.

Além disso, diversas empresas também anunciaram seus balanços corporativos no País.

A Oi (OIBR) anunciou o prejuízo líquido de R$ 1,669 bilhão no quarto trimestre de 2021, com  receita líquida totalizando R$ 4,571 bilhões nos últimos três meses do ano passado, 4,3% a menos do que o atingido em igual período no ano anterior.

A  Ambev (ABEV3), por sua vez, anunciou que contabilizou um lucro líquido ajustado de R$ 3,551 bilhões no primeiro trimestre de 2022. A companhia registrou alta de 28,6% na base anual. O lucro líquido foi de R$ 3,528 bilhões no primeiro trimestre deste ano, apresentando uma valorização de 29,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, a Suzano (SUZB3) lucrou R$ 10,306 bilhões nos três primeiros meses deste ano, revertendo prejuízo de R$ 2,755 bilhões de igual período do ano passado. 

Já a Petrorio (PRIO3) apresentou lucro líquido de US$ 223,4 milhões no primeiro trimestre deste ano, ao contrário do prejuízo de US$ 12,009 milhões registrado ao fim de março de 2021.

No mercado dos EUA, as declarações do Federal Reserve foram fundamentais para as projeções das bolsas da região. 

O banco anunciou que o maior aumento da taxa de juros desde maio de 2000, de 0,75% – 1%, será o último reajuste da instituição.

Conforme informado pela instituição na última quarta-feira (4), a taxa de juros não deve aumentar mais, o que estabilizou os ânimos dos investidores do país.

Além disso, as bolsas norte-americanas ainda aguardam novos balanços financeiros de empresas do país, como Shake Shack (SHA), Zillow (Z2LL34), Block (S2QU34), e DoorDash (D2AS34).

Já na Europa, as bolsas da região ainda aguardam os novos desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que ainda pode provocar novas sanções econômicas.

Por outro lado, os acionistas aguardam os anúncios do BoE (Banco da Inglaterra), que pretende aumentar a taxa de juros no continente.

– FTSE 100 (Reino Unido), +1,38%
– DAX (Alemanha), +1,02%
– CAC 40 (França), +1,14%
– FTSE MIB (Itália), +0,88%

Enquanto isso, na Ásia, o mercado chinês chamou atenção com anúncios referentes ao desempenho de mercado, serviços e compras no país.

O PMI (índice de gerentes de compras) composto, que mensura dados estatísticos em alguns setores da economia do país, caiu para o segundo menor nível desde 2005.

Além disso, as declarações do Federal Reserve também impactaram as bolsas asiáticas, que analisam os impactos do lockdown chinês nos negócios da região.

– Nikkei (Japão), fechada por feriado
– Kospi (Coreia do Sul), fechada por feriado
– Hang Seng Index (Hong Kong), -0,36%
– Shanghai SE (China), +0,68%

Voltando ao cenário brasileiro, mais balanços financeiros terão impacto sobre o Ibovespa nesta quinta (5). Petrobras (PETR3,PETR4) e Bradesco (BBDC4), dois grandes nomes na B3, divulgarão seus resultados após o fechamento do pregão.