Ibovespa fecha em queda com taxa de juros no radar; Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) recuam

O índice fechou o dia com retração de 1,32% após se aproximar dos 105.000 pontos

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a primeira segunda-feira do mês (2) em queda. O índice recuou 1,32%, aos 106.450 pontos. Durante o pregão, chegou aos 105.280 pontos. No último fechamento, na sexta-feira (30), o Ibovespa consolidou o primeiro mês negativo de 2022.

A queda foi reflexo do receio dos mercados em relação ao aumento de juros no Brasil e nos EUA. Na próxima quarta-feira (4), o Copom (Comitê de Política Monetária) irá se reunir para decidir a taxa de juros no Brasil. Nos EUA, encontro semelhante ocorrerá com o Fomc (Federal Open Market Committee). A expectativa é que os dois países aumentem as taxas em um esforço para conter a inflação. 

A Petrobras (PETR4) recuou 1,52% nesta segunda-feira, a R$ 29,82. A Vale (VALE3) perdeu 0,56% no pregão, a R$ 82,82, após cair cerca de 2,5% durante a manhã. No setor financeiro, os maiores bancos também fecharam o dia em queda. Banco do Brasil (BBAS3), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) caíram 0,90%, 1,01% e 0,28%, respectivamente. 

Após a divulgação do balanço trimestral, as ações da Movida (MOVI3) caíram 6,72%. As companhias aéreas foram destaque entre as perdas do Ibovespa, com Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) caindo 7,37%, 6,11% e 3,39%, respectivamente. 

No Brasil, o mercado indicou que a inflação deve ser de 7,89%, de acordo com o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Trata-se da 16ª alta consecutiva para a inflação do ano. A meta do BC para a inflação em 2022 era de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. 

Na cena internacional, influenciou no Ibovespa o PMI industrial global, que caiu de 52,9 em março para 52,2 em abril, nível mais baixo desde agosto de 2020. O recuo foi puxado pelas restrições sanitárias na China para conter surtos de covid-19. Nos EUA, a taxa do treasury (título do Tesouro Direto norte-americano) com vencimento em dez anos chegou a 3% e juro real ficou positivo pela primeira vez desde março de 2020.