Rússia suspende gás para Polônia e Bulgária

A empresa estatal russa de energia Gazprom notificou os dois países e reiterou que o pagamento precisa ser feito em rublo

A Rússia anunciou por meio da empresa estatal de energia Gazprom nesta quarta-feira (27), a suspensão do fornecimento de gás para Polônia e Bulgária após não receber o pagamento em rublos destes dois países.

Em comunicado, a Gazprom notificou os países em relação à “suspensão do fornecimento de gás a partir de 27 de abril até que o pagamento seja feito em rublos”.

Moscou exige desde março que nações pertencentes à UE (União Europeia) paguem por este tipo de serviço na moeda russa, o rublo. A medida foi uma resposta às diversas sanções econômicas adotadas por países do ocidente contra a Rússia após o início da guerra com a Ucrânia.

“Bulgária e Polônia são países transitórios. Em caso de retirada não autorizada de gás russo entre as quantidades em trânsito para terceiros países, os envios de trânsito serão reduzidos nas mesmas quantidades”, afirmou a empresa russa.

A Polônia afirmou que a situação atual não afeta o abastecimento atual. 

Os dois países, que também são membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) declararam que estão tentando obter o gás de outras maneiras.

Rússia: UE está preparada para interrupção do gás russo, segundo presidente da Comissão Europeia

A UE reagiu à suspensão do fornecimento de gás russo para dois países que fazem parte do bloco. Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, os europeus estão elaborando uma “resposta coordenada”.

“O anúncio da Gazprom é uma nova tentativa da Rússia de fazer chantagem com o gás. Estamos preparados para este cenário. Estamos elaborando a resposta europeia coordenada. Os europeus podem ter certeza de que estamos unidos e somos solidários com os Estados membros afetados”, declarou Von der Leyen no Twitter.

A decisão da Rússia ocorre após o anúncio da Alemanha de que vai enviar tanques de defesa aérea para a Ucrânia pela primeira vez durante o conflito. A decisão mostra uma mudança na política anterior de Berlim, que não tinha intenção de enviar armamentos pesados.