A Buser, startup mineira fundada em 2017, vem conquistando cada vez mais espaço no setor de transporte rodoviário. Com o intuito de tornar viagens de ônibus mais acessíveis, a empresa nasceu como uma plataforma que conecta passageiros a empresas de fretamento. Agora, pretende se tornar referência no mercado, investindo na expansão de serviços como marketplace e vendas diretas por Whatsapp.
Apenas nos últimos meses a Buser conquistou 2 milhões de novos clientes, de acordo com matéria do “Exame”. O crescimento ocorre no contexto da inflação em alta e do aumento do preço dos combustíveis, que influenciam diretamente no valor das passagens aéreas. Com isso, a perspectiva da startup é que os ônibus ganhem ainda mais espaço entre turistas e viajantes frequentes.
Essa tendência já pode ser observada neste ano, impulsionada em especial com a retomada econômica e o retorno de eventos públicos no Brasil pós-Covid. No mês de março, durante o Carnaval, a Buser foi a plataforma de escolha de mais de 150 mil pessoas.
A frota atual da Buser conta com 1,2 mil veículos de companhias parceiras fixas e ônibus de empresas que atuam pontualmente pela plataforma. De acordo com a startup, sua frota já corresponde a metade do Grupo JCA, a segunda maior holding brasileira de transporte rodoviário e dono de empresas como Auto Viação 1001, Viação Cometa e Viação Catarinense.
Buser aposta em marketplace
O modelo de negócios da Buser tem como base a popularização do ônibus como escolha principal de turistas e viajantes mais ativos. Desde o início de 2021, no entanto, a startup vem apostando em uma nova vertical de negócios, que já rendeu à empresa aportes milionários de fundos como SoftBank, LGT Lightrock e Valor Capital.
Nesse sentido, para além da intermediação entre pessoas e empresas, a Buser passou também a vender passagens rodoviárias, estratégia que deve ajudar a manter seu crescimento em meio aos efeitos da pandemia no setor de turismo.
Pela plataforma, clientes têm acesso a diversas opções de passagem, de mais de 70 empresas de transporte de pequeno e médio porte. Segundo a Buser, o diferencial está na ausência de taxas de conveniência, tornando as passagens até 20% mais baratas.
“É bom do ponto de vista financeiro e melhor ainda para ampliar o acesso a outras cidades”, diz Marcelo Vasconcellos, cofundador da Buser, em entrevista ao “Exame”.
Assim como outras empresas no setor de turismo, a Buser teve sua receita impactada pelos efeitos da pandemia em 2020. No entanto, a partir de 2021, com a retomada do setor e a flexibilização de restrições sanitárias, a startup vem recuperando o volume de passageiros, principalmente com a adoção do marketplace.
No ano passado, a empresa encerrou o ano com quatro vezes mais passageiros transportados: somente em novembro foram 700 mil passageiros. Em dezembro, o número passou de 1 milhão, mais do que o triplo do mesmo mês de 2020.
Segundo Vasconcellos, o marketplace representa atualmente 15% do faturamento da Buser. “Sabemos que quanto maior o número de opções para o cliente, mais interessado ele fica, e maiores são as chances de recorrência. Isso justifica o fato do marketplace já ser nossa segunda maior fonte de receita, atrás apenas do fretamento coletivo em si, que é nosso produto principal”, acrescenta.
Buser investe em Whatsapp para vendas diretas
No caminho da expansão, a Buser vem adotando novos canais digitais de vendas diretas, com destaque para o WhatsApp. Atualmente, a startup conta com 140 promotores, vendedores terceirizados responsáveis pela comercialização e reserva de passagens por meio do aplicativo.
Essa frente corresponde a 6% de toda a receita da empresa, segundo Vasconcellos. A expectativa, entretanto, é que o WhatsApp seja responsável por 35% da receita da Buser até o final deste ano.