As ações da Tesla (TSLA) apresentam forte queda nesta terça-feira (26), após Elon Musk oficializar a compra do Twitter por US$ 44 bilhões na segunda-feira. Às 15h10 (de Brasília), os papéis da empresa recuavam 10,47%, na Bolsa, a US$ 890,06. Os BDRs (recibos das ações negociadas no exterior) TSLA34 caem 9,19%, a R$ 138,09. Com a desvalorização das ações, estima-se que o valor de mercado da companhia tenha caído cerca de US$100 bilhões (cerca de R$ 500 bilhões na cotação atual).
A queda no valor dos papéis se dá pelo receio de investidores da Tesla de que Musk pode vender suas ações para arcar com os custos da nova aquisição. Apesar de ser o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 219 bilhões, a maior parte da fortuna de Musk está atrelada às suas ações da Tesla.
Em um documento apresentado à SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), o bilionário afirmou que realizou um compromisso com o banco Stanley Morgan para obter dois empréstimos, um de US$ 13 bilhões e outro de US$ 12,5 bilhões.No mesmo registro, o dono da Tesla e da Space X se comprometeu a destinar até US$ 21 bilhões de sua fortuna pessoal para realizar a compra.
Os investidores da Tesla também estão preocupados que o Twitter possa representar uma nova preocupação para Musk, que também é dono da SpaceX e de empresas menores como a Neuralink e Boring Company.
A Tesla está entre as empresas de capital aberto mais valiosas do mundo, valendo US$ 942 bilhões na terça-feira.
Tesla tem lucro de US$ 3,318 bilhões no 1T22
Segundo relatório de resultados divulgado na quarta-feira (20), a Tesla registrou alta de 81% em receita total no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado.
O lucro líquido da empresa cresceu mais de sete vezes nos três primeiros meses do ano, totalizando US$ 3,32 bilhões, ante lucro de US$ 438 milhões no mesmo período em 2021.
De acordo com a montadora, a receita foi impulsionada positivamente, em grande medida, pelo aumento das entregas de veículos, além da elevação nos preços das vendas. Entre janeiro e março de 2022, a fabricante entregou 310 mil carros, uma expansão de 68% de entregas no comparativo anual.
Apesar dos resultados positivos, a Tesla se vê diante de desafios acerca da cadeia de suprimentos, considerando a escassez de chips e a alta de preços de matérias-primas. O aumento é decorrente dos desdobramentos da guerra da Ucrânia e das medidas de restrições na China para contenção do coronavírus.