A 99, controlada pela chinesa Didi Global, anunciou nesta segunda-feira (25) o lançamento de uma coalizão para promover a compra e o uso de carros elétricos no Brasil. A aliança será composta por nove empresas de mobilidade com capital aberto na B3, incluindo locadoras de veículos e do setor de energia.
Além da 99, a aliança contará com a CAOA Chery; a Ipiranga, controlada pela Ultrapar (UGPA3), a Raízen (RAIZ4), a Movida (MOVI3), a Unidas (LCAM3), a Tupinambá Energia e a Zletric.
A iniciativa, denominada “Aliança pela Mobilidade Sustentável”, foi inspirada em 2 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU: garantir o acesso a fontes de energia limpas e acessíveis, e tornar as cidades e comunidades mais inclusivas e sustentáveis.
Nesse sentido, o principal objetivo da aliança é aumentar a participação do modelo elétrico no contexto da mobilidade urbana no Brasil, tendo a cidade de São Paulo como base primeira de atuação. Para tal, o intuito seria estimular o uso desse tipo de veículo por motoristas de aplicativos, bem como promover a instalação de milhares de pontos de carregamento.
A adoção do modelo no Brasil, no entanto, pressupõe uma série de ajustes. Em comunicado da empresa, Thiago Hipólito, diretor do DriverLAb da 99, admite que os carros elétricos “ainda são muito mais caros do que os convencionais”, mas destaca que os modelos “possuem menos impacto ambiental, preservam a saúde das pessoas e também reduzem custos com combustível em até 75%”.
Segundo a 99, a aliança pretende desenvolver uma infraestrutura necessária para a eletrificação da frota, criando postos públicos de recarga e diminuindo barreiras para a compra de carros elétricos. Além disso, a iniciativa pretende facilitar o aluguel do modelo por motoristas de aplicativo e dar suporte às montadoras e outras empresas da cadeia, como fornecedores de peças.
Posto isso, a meta até 2025 é aumentar a participação dos elétricos para 10% das vendas dos novos carros, que atualmente é de apenas 2%, e instalar 10 mil pontos de carregamento, que hoje é de cerca de 1,5 mil. Até 2030, a proposta é chegar a 100% dos motoristas parceiros com carro elétrico.
99 aposta em centro de inovações
O DriverLAB, centro de inovações da 99, é a nova aposta da empresa, anunciado em 15 de março deste ano. Com um aporte de R$ 250 milhões nos próximos três anos (R$ 100 milhões só em 2022), o centro busca ampliar os ganhos de motoristas parceiros, diminuir seus custos e promover mais acesso a serviços.
O novo braço da 99, que tem 750 mil motoristas parceiros no Brasil, chega no mercado com fortes ambições: ter no mínimo 300 automóveis elétricos ainda neste ano, chegar a 10 mil unidades até 2025 (e 100% da frota até 2030), e atingir a meta de emissão zero de carbono até o fim da década.