Heineken registra lucro quase 2,5 vezes maior no 1T22

Recuperação foi sustentada principalmente pela Europa, com o afrouxamento das restrições à Covid-19

A Heineken decidiu manter sua projeção de margem de lucro para 2022, conforme divulgado pela companhia nesta quarta-feira (20). A decisão ocorre após a segunda maior cervejaria do mundo registrar lucro líquido de 417 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, impulsionado principalmente pela Europa. 

O rendimento registrado pela Heineken representa um valor quase 2,5 vezes maior na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar dos possíveis impactos da guerra na Ucrânia no mercado global, o crescimento acentuado nas vendas e dos preços de cerveja da companhia animaram o mercado. 

Segundo a companhia, essa recuperação decorre principalmente da Europa. Em grande medida, o crescimento das receitas nos três primeiros meses de 2021 foi sustentado pelo afrouxamento constante das restrições à Covid-19.

“Tivemos um começo de ano robusto, em linha em com nossas expectativas, se beneficiando especialmente de um mix robusto com a recuperação de vendas em bares e restaurantes na Europa e assertividade nos preços em todas as regiões”, diz Dolf van den Brink, diretor-presidente da Heineken, em nota.

Nesse sentido, os volumes comparáveis de cerveja da Heineken aumentaram 5,2% ante mesmo período do ano passado, superando a estimativa média de 3,5%. A companhia registrou expansão de 11,5% no mercado europeu, com as vendas de cerveja em bares e restaurantes quase triplicando.

No total, a Heineken elevou o lucro médio por litro em 18,3%, dados os aumentos diretos de preços, consumidores migrando para cervejas mais caras e uma transição nas vendas de supermercados para bares, resultando em crescimento de 24,9% na receita.

A receita líquida da Heineken somou 5,75 bilhões de euros no primeiro trimestre, alta de 33,5% na comparação anual. A empresa vendeu 56,4 milhões de hectolitros de cerveja entre janeiro e março, crescimento orgânico de 5,2% ante o mesmo período de 2021 e de 2,8% sobre 2019.

No entanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe incerteza adicional para as perspectivas econômicas globais e os mercados de commodities. Apesar de se beneficiar das posições de hedge tomadas em 2021, a companhia enfrentou aumento de custos, considerando os desafios na cadeia de suprimentos e a pressão após decidir deixar a Rússia.

Para o restante do ano, a Heineken também projeta aumento das pressões inflacionárias, puxadas também pelo impacto do conflito na Ucrânia na economia global, o que deve afetar a renda das famílias e os gastos com consumo.

“Esperamos que as crescentes pressões inflacionárias afetem a renda disponível das famílias e sejam um consequente risco para o consumo de cerveja mais tarde neste ano”, disse a Heineken em comunicado.