O resultado das prévias operacionais da JHSF (JHSF3), divulgados nesta segunda-feira (18), mostram que os melhores momentos dos projetos com “hype” da companhia ficaram para trás, influenciando negativamente as vendas da operação. O retorno à (quase) normalidade, entretanto, deve dar alento aos resultados da incorporadora, com o crescimento robusto do setor dos shoppings.
A JHSF encerrou o primeiro trimestre com R$ 306,7 milhões em vendas contratadas no seu negócio de incorporação imobiliária, um recuo de 11,5% ante o mesmo período do ano passado.
Os projetos Fazenda Boa Vista e Boa Vista Village, no interior de São Paulo, foram responsáveis pela retração, com quedas de 92,1% e 36% em vendas, respectivamente. Nas prévias operacionais, a empresa alega que o segmento sofreu o impacto do aumento das viagens nos primeiros meses deste ano e que o ritmo comercial teria se intensificado a partir de meados de fevereiro.
Somente as vendas do Fazenda Boa Vista caíram de R$ 105,1 milhões entre janeiro e março de 2021 para R$ 8,3 milhões no último trimestre. Lançado em 2007, o estoque de unidades de lotes no projeto estaria praticamente acabado, segundo a JHSF, o que explicaria a queda de 69,5% das vendas em 2021, para R$ 258,8 milhões, na comparação com o ano anterior.
Em julho, a holding encerrou o JHSF Rio Bravo Fazenda Boa Vista Fundo de Investimento Imobiliário (“FBV FII”) após pagamento de R$ 37 milhões em dividendos aos cotistas e restituir integralmente o aporte de R$ 125,4 milhões. O fundo foi criado em 2013 para captar investimentos para o complexo e teve remuneração acumulada de 115,2%. A variação do CDI para o mesmo período foi de 93,9%.
A novidade da companhia para a área de incorporação imobiliária neste ano são os títulos de membro do São Paulo Surf Clube, vendidos a R$ 800 mil mais taxa de manutenção de R$ 21 mil ao ano. Por ora, apenas 200 unidades foram colocadas para comercialização. O programa dá acesso à estrutura esportiva e de praias artificiais para a prática de surfe nos empreendimentos da JHSF.
Retomada das atividades em shoppings da JHSF puxa os resultados do trimestre
As vendas consolidadas dos shoppings, com seis bandeiras em operação no portfólio, cresceram 86,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Os contratos fechados no período somaram R$ 788,5 milhões, enquanto o custo de ocupação caiu dois pontos percentuais, para 10,3%.
Destaques da operação nos últimos trimestres, os Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e Catarina Fashion Outlet, em São Roque (SP), voltados para o público de alta renda, cresceram 63,6% e 101,4%, nesta ordem, na comparação com os primeiros três meses do ano passado.
O Shopping Cidade Jardim vem passando por obras de expansão, que devem adicionar aproximadamente 11 mil m² de área tributável a seu terreno, inclusive uma unidade da Faculdade Belas Artes. As vendas consolidadas dos shoppings bateram recorde no quarto trimestre de 2021, quando alcançaram R$ 1,09 bilhão.
Em todo o ano, o segmento alcançou R$ 3,1 bilhões em vendas, alta de 56,6% na comparação com o ano anterior e de 22,5% ante o resultado de 2019. No varejo, as vendas das marcas operadas pela JHSF no País, como Balmain, Celine e Chloé, cresceram 82,7% na base anual, atingindo R$ 28,5 milhões. Já as vendas em mesmas lojas subiram 76,4%, enquanto os aluguéis em mesmas lojas tiveram alta de 91,4%
A operação de hospitalidade e gastronomia, mais impactada pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19, apresentou forte recuperação no trimestre, puxada pelos negócios no setor de luxo. A taxa média de ocupação dos hotéis do grupo subiu para 53,5%, alta de 13,4 pontos percentuais na comparação anual, enquanto a ocupação do Hotel Fasano São Paulo bateu 69% neste início de ano. Já no ramo de restaurantes, o couvert médio subiu 25,6%, para R$ 223.
Após a divulgação das prévias operacionais, as ações da JHSF operam em alta. Próximo das 16h30 (de Brasília), os papéis subiam 1,33%, sendo negociadas nesta segunda-feira (18) a R$ 6,25.