A pandemia causada pelo coronavírus (covid-19) fez com que os varejistas migrassem ao digital. Na Le Biscuit não foi diferente. A empresa, fundada na Bahia em 1968, apostou na digitalização e na multicanalidade e, agora, quer se comparar a rivais do mercado, como Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3). Por isso, Rodrigo Spillere, CTO (diretor executivo de tecnologia) da companhia já cita um IPO (oferta inicial de ações, em inglês) “em breve”.
De acordo com Spillere, a estratégia digital da Le Biscuit teve início apenas em 2020. Isso porque, assim como grande parte das empresas “tradicionais”, o digital demorou para ser incluído dentro dos planos primários da companhia. A pandemia, entretanto, os obrigou a mudar este panorama.
“A empresa era muito separada, era setorial. Hoje, o que a gente vê é uma empresa toda unida. O investimento no digital, principalmente para uma empresa tradicional, é muito difícil, porque é um investimento alto com retorno a longo prazo”, explicou Spillere, em entrevista ao BP Money.
Para o executivo, a pandemia mudou a cultura de consumo de forma fixa e isso pode ser visto nos números da empresa.
“O pessoal que antes tinha receio de comprar online, começou a comprar. À medida que o mundo vai voltando ao normal, percebemos um crescimento exponencial no digital e no físico também”, disse Spillere.
As vendas omnichannel da Le Biscuit, atualmente, representam 45% do faturamento total da empresa. Segundo o executivo entrevistado pelo BP Money, o digital da varejista registrou um crescimento, com relação ao ano anterior, de dez vezes. A alta nas vendas tem animado a empresa, que diz que já pode se equiparar a grandes players do segmento, como Magalu e Americanas.
“Já chegamos lá (no patamar de Americanas e Magazine Luiza), mas nosso perímetro é menor do que o dessas gigantes. A tendência é que a gente vire referência de omnichannel no Brasil”, disse Spillere.
Le Biscuit volta a pensar em IPO
A varejista sediada em Feira de Santana, na Bahia, tinha a abertura de capital em seus planos, em 2020. Entretanto, quatro meses depois de tornar público o seu interesse em abrir capital, acabou anunciando que iria adiar os planos, devido a volatilidade do mercado de capitais na época.
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A ideia da empresa, com a oferta pública inicial de ações, era levantar recursos para investir em expansão, logística, T.I e reforçar o capital de giro. Com a perspectiva de melhora de resultados da empresa, puxado em partes pelo digital, o IPO volta a figurar como um objetivo para a companhia.
“Com certeza (dá pra pensar em IPO). Estamos trabalhando nesta agenda e é possível, em breve, abrirmos capital”, afirmou o executivo da Le Biscuit.