O dólar voltou a cair nesta segunda-feira (11), após sessão conturbada. A moeda norte-americana caiu 0,39%, cotada a R$ 4,6904. Na semana passada, o dólar apresentou queda de 0,52% em relação ao real. No mês, o acumulado é de 7,54%.
O dólar iniciou o dia em alta, reflexo do ambiente de cautela no exterior e a forte queda do petróleo, que foi para baixo da linha dos US$ 100 dólares o barril. O Petróleo Brent recuou 3,61% e o WTI, 3,42%. Os países membros da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgaram que pretendem liberar 60 milhões de barris de petróleo nos próximos seis meses, medida que visa compensar o déficit energético causado pelas sanções contra a Rússia pela invasão à Ucrânia.
Em entrevista à agência “Bloomberg”, o principal conselheiro econômico da Casa Branca, Brian Deese, disse que os EUA podem enfrentar “um período turbulento nos próximos meses devido à inflação elevada e outros problemas relacionados aos lockdowns na China e à invasão da Ucrânia pela Rússia”. As declarações de Deese ocorrem em meio a uma possível reação mais forte por parte do FED (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) para combater a inflação.
A alta da inflação na China também causou surpresa nos mercados. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) subiu 8,8% na comparação anual de março, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) aumentou 1,5%, puxado pelo aumento dos preços dos bens de consumo
No cenário nacional, as falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, repercutiram nesta segunda. Em relação à alta da inflação em março, Campos Neto disse que tem havido surpresas inflacionárias em diversos países e que a inflação no Brasil está na média de outros países emergentes. Mesmo assim, informou que o BC está analisando “a surpresa no IPCA”.
Na contramão do dólar, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, fechou em queda de 1,15%, aos 116.958 pontos. BRF (BRFS3) e Cogna (COGN3) lideraram as perdas do dia, caindo 7,11% e 5,65%, respectivamente.