O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou esta segunda-feira (11) em queda de 1,16%, aos 116.953 pontos, após oscilar entre 118.320 e 117.030 pontos. O tom da economia doméstica acompanha os mercados globais, apreensivos diante do contexto inflacionário dos últimos dias.
A semana, mais curta em virtude do feriado da Sexta-feira Santa, começa com as bolsas internacionais cautelosas com a divulgação do IPC (Índice Nacional do Consumidor) da China maior do que o esperado pelos analistas. O IPC chinês apresentou alta de 1,5% em março, puxado pelo aumento dos preços dos bens de consumo.
Além disso, o mercado internacional segue na expectativa com as falas de diversos dirigentes do Fed (Federal Reserve). Autoridades do Banco Central norte-americano vêm sinalizando, desde a semana passada, a possibilidade do aperto monetário e da adoção de uma postura mais agressiva para conter a inflação nos EUA.
No mercado nacional, a divulgação do IPCA (Índice Nacional do Consumidor Amplo) na sexta-feira (8) ainda repercute no desempenho da bolsa de valores. A alta de 1,62% da inflação em março, maior taxa desde 1994, elevou a pressão para o aumento da taxa de juros no País.
Nesta segunda (11), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, admitiu a surpresa da entidade diante da alta inflacionária registrada em março. Em evento da consultoria Arko, Campos Neto disse que a inflação no Brasil está na média de outros países emergentes, e disse que o BC está aberto a analisar o cenário caso haja algo diferente do padrão.
Com isso, desenha-se uma possível revisão da estratégia em encerrar a alta da Selic em 12,75% ao ano, que será definida na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O destaque negativo do Ibovespa foi liderado pela BRF (BRFS3), cujas ações fecharam com queda de 7,00%, cotadas a R$ 16,22, após Goldman Sachs ter rebaixado a recomendação dos papéis de neutra para venda. As ações ordinárias da Cogna (COGN3) caem 5,65%, enquanto os papéis da Weg (WEGE3) registram queda de 4,25%.