O Banco Central (BC) decidiu manter sua projeção de alta de 1% para o Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro em 2022, segundo Relatório de Inflação (RI) trimestral, divulgado nesta quinta-feira (24).
A decisão foi tomada levando em consideração as incertezas, principalmente, com a rápida alteração no cenário internacional com as tensões na Ucrânia.
Segundo o BC, a surpresa positiva no PIB do quarto trimestre de 2021, aumentou o carregamento estatístico para 2022 e sugere, especialmente com ajuste sazonal alternativo, que a atividade vinha em processo de aceleração ao longo do segundo semestre de 2021.
De acordo com o banco, por esse ajuste alternativo, as variações do PIB do primeiro ao quarto trimestre de 2021 foram de 0,9%, -0,5%, 0,3% e 0,9%, ante 1,4%, -0,3%, -0,1% e 0,5% divulgados pelo IBGE.
“Logo, a economia seria caracterizada por expansão mais robusta no segundo semestre, levando a um carregamento estatístico mais elevado para 2022 (0,7% no ajuste alternativo ante 0,3% no convencional)”, mostrou o relatório.
O Banco Central observou que, o IBC-Br e outros indicadores mensais indicam queda em janeiro, em parte justificando o aumento de infecções da variante ômicron no mês.
“Com a melhora rápida da pandemia desde então, espera-se que a queda seja revertida em fevereiro e março e que o nível de atividade no primeiro trimestre se situe acima do que era esperado no RI anterior”, disse.
Ainda para o BC, o resultado positivo, esperado para o primeiro trimestre, também favorece a projeção de crescimento no ano.
“Adicionalmente, mantém-se perspectiva favorável para alguns setores específicos, como a agropecuária e as atividades econômicas que ainda estão em processo de recuperação dos impactos negativos da pandemia”, disse.
Por outro lado, a autoridade monetária aponta que a quantidade de empresários na indústria, que citam escassez de matéria-prima como um fator limitante ao crescimento da produção, continua elevada.