O Departamento de Estado americano anunciou nesta quarta-feira (23) que uma investigação interna concluiu que as tropas russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia. Na semana passada, o secretário Antony Blinken e o presidente Joe Biden já haviam usado esses termos em declarações sobre o conflito.
Blinken chamou o documento da diplomacia de “análise cuidadosa”. Para chegar à conclusão, o governo americano diz ter se baseado em informações de inteligência e outras disponíveis em fontes públicas.
O secretário de Estado falou em “vários relatos confiáveis de ataques indiscriminados e deliberadamente direcionados a civis, bem como outras atrocidades” que teriam sido cometidas pelas forças de Moscou, citando bombardeios em Mariupol, cidade no sudeste sob cerco dos russos.
Segundo o responsável pela diplomacia americana, os EUA continuarão rastreando relatos de crimes de guerra e compartilharão as informações coletadas com aliados e instituições internacionais.
No início do mês, o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional anunciou que abriu uma investigação para apurar eventuais crimes de guerra na Ucrânia. À época, Washington saudou a decisão, embora tenha se recusado, na década de 1990, a ser membro do órgão. Ainda assim, analistas dizem que um processo do gênero contra Vladimir Putin ou outros líderes russos enfrentaria grandes obstáculos e poderia levar anos.