Desde o início do ano até a última quarta-feira (9), 68 dias, o saldo de capital externo na B3 chegou a R$ 71,063 bilhões, superando o número de todo 2021, recorde da série histórica, de R$ 70,785 bilhões.
Mesmo com a crise econômica mundial, o investidor estrangeiro não parece ver um problema muito grande em continuar investindo no Brasil.
Para analistas, uma das principais razões é o fato de o mercado brasileiro estar fortemente ligado às commodities, que já vinham em trajetória de alta e ganharam ainda mais força com a invasão da Rússia à Ucrânia.
Em relatório, o banco americano Goldman Sachs indicou que, atualmente por conta do cenário, sua preferência para investimentos é no Oriente Médio, Norte da África e Brasil, dado o perfil exportador de matérias-primas dessas regiões.
E explicou que “esses países oferecem proteção tática contra a combinação preocupante de crescimento mais fraco e inflação mais alta (no mundo).”
Com aumento de investimentos no Brasil, a cotação do dólar tem caído. Na última sexta-feira (14), a moeda norte-americana encerrou cotada a R$ 5,0541.
Com a moeda mais barata, inflação pode ser contida mais fácil, embora, no cenário atual, isso venha tendo bem pouco efeito. O risco, segundo os analistas, é de que esse capital que tem vindo para o Brasil tem perfil bastante especulativo.
No entanto, pode ir embora muito rapidamente, se as condições ficarem adversas.