As exportações de carne bovina do Brasil voltaram a registrar números expressivos, após volume recorde em janeiro. No último mês, o volume embarcado chegou a 159,1 mil toneladas, alta de 55,8% sobre o montante embarcado em fevereiro de 2020, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
De acordo com a pasta, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4 bilhões em fevereiro, aumento de 108,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, pela média diária.
“Esse é um ótimo desempenho para o mercado brasileiro. O Brasil segue se destacando e muito competitivo, ganhando mercados como Austrália, Estados Unidos e Argentina. Além disso, a presença da China faz uma diferença brutal nos volumes e na receita da carne bovina exportada”, pontua o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
O mercado chinês, além de movimentar as exportações de carne bovina, também motiva neste momento os valores pagos pelo boi ‘padrão China’ no mercado brasileiro. “Se no início do ano o valor pago por esse animal diferenciado era de R$ 335 em São Paulo, agora o valor saltou para R$ 360. Esse tipo de animal está sendo muito demandado no mercado, o que é muito vantajoso para o pecuarista”.
Enquanto isso, a Rússia perde participação como importadora. Mesmo neste cenário, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou que a empresa russa Acron embarcou uma carga de fertilizante com destino ao Brasil nesta sexta-feira (4). No entanto, a pasta não informou o volume da carga e as especificações do produto embarcado.
O anúncio ocorre após o governo da Rússia ter recomendado às empresas do setor no país que suspendessem as exportações de fertilizantes. Segundo o Ministério da Indústria e Comércio russo, a decisão está relacionada com a desorganização da cadeia logística de exportação, afetada desde o início da guerra com a Ucrânia na última semana.